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1Poderias pescar o monstro marinho#41.1 Ver nota a 3.8. com linha e anzol
ou atar-lhe a língua com uma corda?
2Serias capaz de o prender com uma corda no nariz,
ou furar-lhe as queixadas com uma escápula?
3Porventura iria pedir-te que desistisses das tuas intenções
e tentar brandamente fazer-te mudar de ideias?
4Aceitaria, alguma vez,
que fizesses dele teu escravo para toda a vida?
5Farias dele um animalzinho domesticado,
como um passarinho que se cria numa gaiola,
que darias às tuas filhinhas para brincar?
6Os teus companheiros de pesca
vendê-lo-iam aos comerciantes na lota?
7A sua pele, poderia ela ser furada por ganchos,
ou a cabeça presa por arpões?
8Se lhe pusesses as mãos em cima,
durante muito tempo haverias de te lembrar da luta
e nunca mais o farias outra vez!
9Não! É absolutamente inútil tentar capturá-lo!
Até só o pensar nisso aterroriza!
10Não há ninguém tão ousado, que se atreva a provocá-lo
e muito menos a conquistá-lo;
se ninguém lhe resiste, quem poderia erguer-se contra mim?
11Nada recebi de ninguém;
tudo o que existe debaixo dos céus é meu.
12Não deixarei de fazer referência à tremenda força dos seus membros,
nem da sua grande força, nem de seu belo porte.
13Quem poderia penetrar a sua pele,
ou quem ousaria ficar ao alcance das suas goelas?
14Quem jamais lhe abriu o focinho,
guarnecido como está de dentes terríveis?
15As escamas que possui,
sobrepostas como escudo, são o seu orgulho;
16são como uma proteção compacta,
de tal forma que nem o ar passa entre elas,
17e assim é impossível separá-las.
18Quando ele espirra, a luz brilha;
os seus olhos são como as pálpebras da alva.
19Da sua boca saem chamas,
saltam dela fagulhas de fogo que estalam.
20O fumo brota das suas narinas,
até parece uma panela a ferver com água,
ou uma caldeira aquecida.
21A sua respiração bastaria para acender carvões;
jorram-lhe chamas da boca.
22A força enorme que tem no pescoço
lança o terror por onde passa.
23Tem uns músculos duros e firmes;
não se encontra nele carne flácida.
24O seu coração é duro como uma rocha,
é como uma mó de moinho.
25Quando se ergue, até os mais valentes têm medo
e ficam paralisados de terror.
26Não há espada que o detenha, nem qualquer outra arma,
seja lança, dardo ou flecha.
27Ferro, para ele, é como palha
e o bronze como madeira podre.
28Setas não o fariam fugir;
pedras de fundas valem contra ele tanto como estolho.
29Uma tranca, que lhe seja atirada, é perfeitamente inútil;
fica-se a rir das lanças projetadas na sua direção.
30O ventre, tem-no revestido de escamas;
espoja-se no chão duro como sobre relva!
31Quando se desloca, deixa atrás de si um rasto de espuma;
agita violentamente os abismos dos oceanos.
32Deixa atrás de si um sulco brilhante;
poderia pensar-se que o mar gelou!
33Não há nada mais tremendo, sobre a face da Terra,
que se lhe possa comparar.
34De todos os animais, é o mais altivo;
é o rei sobre todos os arrogantes.”