1 REIS Introdução
Introdução
Este livro constituía inicialmente, com o Segundo Livro dos Reis, uma só obra, como uma continuação da história da monarquia iniciada pelos livros de Samuel. A divisão ter-se-ia ficado a dever à tradução grega. Por isso, a Vulgata classifica-os de primeiro, segundo, terceito e quarto livros dos Reis. Estes livros, como os das Crónicas, não foram compostos de uma só vez, o que é notório pelo facto de relatarem a história dos reis de Israel e Judá, ao longo de séculos, terminando com o fim do reino de Judá, a invasão babilónica e a destruição do templo em 587 a.C. Denotam a dependência de fontes diversas, como crónicas de reinados de Israel e de Judá e da vidas de profetas, refletindo um esforço contínuo, e por etapas, de seleção e compilação das fontes, que culminaria na versão final destes livros, concluída possivelmente após o exílio na Babilónia.
Neste livro relata-se como Salomão ficou famoso pela sua riqueza e sabedoria, tendo o seu reinado sido marcado essencialmente pela reconstrução e fortificação de cidades, construção de palácios e, principalmente, pela construção do templo de Jerusalém. Salomão acabou a sua vida na infidelidade e na idolatria, em virtude dos seus sucessivos casamentos com mulheres estrangeiras. Após a sua morte, o reino divide-se: as tribos do Norte recusam-se a aceitar a autoridade do seu filho e escolhem outro rei (12,1—14,20). A partir daí, e durante quase dois séculos, os reinos de Judá, a sul, e de Israel, a norte, coexistirão ora como aliados ora como adversários. O reino do Norte, que manteve o nome tradicional de Israel, foi o que mais se afastou do caminho de Deus.
Ao contrário dos dois livros das Crónicas e à semelhança dos livros de Samuel, os livros dos Reis foram tradicionalmente incluídos entre os primeiros livros dos profetas, o que pode ser um indício de que não seriam vistos pelos antigos judeus como livros de caráter histórico, mas teológico. O seu intuito primordial é descrever as relações entre Deus, os soberanos e o povo, e relatar a história humana do ponto de vista divino. A lição que tiramos é que a prosperidade nacional depende da lealdade do rei a Deus, e que a idolatria e a desobediência conduzem à ruína. O caráter religioso das narrativas destaca o papel dos profetas, apelando ao povo e aos reis, quando caem em apostasia, chamando-os à fé no verdadeiro e único Deus.
A principal figura deste livro é o profeta Elias, famoso pela sua oposição aos profetas de Baal (18), durante o reinado de Acab em Israel.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Fim do reinado de David: 1,1–27.
— Reinado de Salomão: 1,28—11,43.
— Divisão do reino: 12,1–24.
— Idolatria de Jeroboão em Israel: 12,25—14,20.
— Os reis de Judá e de Israel: 14,21—16,34.
— Ministério do profeta Elias: 17,1—22,40.
— Reinados de Josafat em Judá e de Acazias em Israel: 22,41–53.
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Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal
1 REIS Introdução
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Este livro constituía inicialmente, com o Segundo Livro dos Reis, uma só obra, como uma continuação da história da monarquia iniciada pelos livros de Samuel. A divisão ter-se-ia ficado a dever à tradução grega. Por isso, a Vulgata classifica-os de primeiro, segundo, terceito e quarto livros dos Reis. Estes livros, como os das Crónicas, não foram compostos de uma só vez, o que é notório pelo facto de relatarem a história dos reis de Israel e Judá, ao longo de séculos, terminando com o fim do reino de Judá, a invasão babilónica e a destruição do templo em 587 a.C. Denotam a dependência de fontes diversas, como crónicas de reinados de Israel e de Judá e da vidas de profetas, refletindo um esforço contínuo, e por etapas, de seleção e compilação das fontes, que culminaria na versão final destes livros, concluída possivelmente após o exílio na Babilónia.
Neste livro relata-se como Salomão ficou famoso pela sua riqueza e sabedoria, tendo o seu reinado sido marcado essencialmente pela reconstrução e fortificação de cidades, construção de palácios e, principalmente, pela construção do templo de Jerusalém. Salomão acabou a sua vida na infidelidade e na idolatria, em virtude dos seus sucessivos casamentos com mulheres estrangeiras. Após a sua morte, o reino divide-se: as tribos do Norte recusam-se a aceitar a autoridade do seu filho e escolhem outro rei (12,1—14,20). A partir daí, e durante quase dois séculos, os reinos de Judá, a sul, e de Israel, a norte, coexistirão ora como aliados ora como adversários. O reino do Norte, que manteve o nome tradicional de Israel, foi o que mais se afastou do caminho de Deus.
Ao contrário dos dois livros das Crónicas e à semelhança dos livros de Samuel, os livros dos Reis foram tradicionalmente incluídos entre os primeiros livros dos profetas, o que pode ser um indício de que não seriam vistos pelos antigos judeus como livros de caráter histórico, mas teológico. O seu intuito primordial é descrever as relações entre Deus, os soberanos e o povo, e relatar a história humana do ponto de vista divino. A lição que tiramos é que a prosperidade nacional depende da lealdade do rei a Deus, e que a idolatria e a desobediência conduzem à ruína. O caráter religioso das narrativas destaca o papel dos profetas, apelando ao povo e aos reis, quando caem em apostasia, chamando-os à fé no verdadeiro e único Deus.
A principal figura deste livro é o profeta Elias, famoso pela sua oposição aos profetas de Baal (18), durante o reinado de Acab em Israel.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Fim do reinado de David: 1,1–27.
— Reinado de Salomão: 1,28—11,43.
— Divisão do reino: 12,1–24.
— Idolatria de Jeroboão em Israel: 12,25—14,20.
— Os reis de Judá e de Israel: 14,21—16,34.
— Ministério do profeta Elias: 17,1—22,40.
— Reinados de Josafat em Judá e de Acazias em Israel: 22,41–53.
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