ROMANOS Introdução
Introdução
O apóstolo Paulo dirige esta carta aos cristãos de Roma, apesar de não ter sido ele a fundar esta igreja. Escreve provavelmente de Corinto, na primavera de 57 d. C., para informar que tenciona passar por Roma quando viajar para a Espanha, designação que abrangia toda a Península Ibérica.
Expõe nesta carta o seu entendimento sobre a fé cristã e consequências práticas da fé na vida. O tema aparece em 1,17: «No evangelho se revela a justiça de Deus por meio da fé». A palavra justiça significa, ao longo de toda a carta, a vontade salvífica de Deus. É Deus que concede gratuitamente essa justiça, ou seja, quem por um ato de misericórdia e perdão põe os homens em boas relações consigo mediante a fé em Jesus Cristo (3,21—4,25). Judeus e não-judeus apenas conseguem entrar em comunhão com Deus pela sua fé (1,16–17; 3,9–26), em confissão pessoal de Jesus Cristo como Senhor (10,9–10). Todos precisam, por isso, de aceitar o evangelho de Cristo (3,22–23). É este o tema desenvolvido numa extensa secção doutrinal (1,18—11,36). Para quem tem fé a existência adquire novas perspetivas. É guiado pela lei do Espírito Santo (8), que não é lei de temor mas de amor (8,14–15).
A Carta aos Romanos é a mais teológica do Novo Testamento e constitui a mais completa sistematização da fé cristã. Abrange o estudo da natureza do pecado humano, da solução salvífica proporcionada por Deus, da obra do Espírito Santo na nova vida cristã. A iniciativa divina é motivada por misericórdia e amor. A lei, fundamento da fé israelita, é contraposta à fé humana como resposta à graça divina. É citado grande número de passos do Antigo Testamento como autoridade teológica que permite demonstrar que mesmo então a fé era a base do bom relacionamento com Deus e por consequência de obediência à lei, e não a obediência à lei em si mesma, (3,21—4,25). Outro problema amplamente tratado é o da rejeição de Cristo por Israel, bem como o plano de Deus para esta nação.
Esta carta pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Introdução e tema: 1,1–17.
— A Humanidade precisa da salvação: 1,18—3,20.
— A via da salvação que Deus propõe: 3,21—4,25.
— A nova vida em Cristo: 5,1—8,39.
— Israel no plano de Deus: 9,1—11,36.
— Conduta cristã: 12,1—15,13.
— Conclusão e saudações: 15,14—16,27.
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Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal
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O apóstolo Paulo dirige esta carta aos cristãos de Roma, apesar de não ter sido ele a fundar esta igreja. Escreve provavelmente de Corinto, na primavera de 57 d. C., para informar que tenciona passar por Roma quando viajar para a Espanha, designação que abrangia toda a Península Ibérica.
Expõe nesta carta o seu entendimento sobre a fé cristã e consequências práticas da fé na vida. O tema aparece em 1,17: «No evangelho se revela a justiça de Deus por meio da fé». A palavra justiça significa, ao longo de toda a carta, a vontade salvífica de Deus. É Deus que concede gratuitamente essa justiça, ou seja, quem por um ato de misericórdia e perdão põe os homens em boas relações consigo mediante a fé em Jesus Cristo (3,21—4,25). Judeus e não-judeus apenas conseguem entrar em comunhão com Deus pela sua fé (1,16–17; 3,9–26), em confissão pessoal de Jesus Cristo como Senhor (10,9–10). Todos precisam, por isso, de aceitar o evangelho de Cristo (3,22–23). É este o tema desenvolvido numa extensa secção doutrinal (1,18—11,36). Para quem tem fé a existência adquire novas perspetivas. É guiado pela lei do Espírito Santo (8), que não é lei de temor mas de amor (8,14–15).
A Carta aos Romanos é a mais teológica do Novo Testamento e constitui a mais completa sistematização da fé cristã. Abrange o estudo da natureza do pecado humano, da solução salvífica proporcionada por Deus, da obra do Espírito Santo na nova vida cristã. A iniciativa divina é motivada por misericórdia e amor. A lei, fundamento da fé israelita, é contraposta à fé humana como resposta à graça divina. É citado grande número de passos do Antigo Testamento como autoridade teológica que permite demonstrar que mesmo então a fé era a base do bom relacionamento com Deus e por consequência de obediência à lei, e não a obediência à lei em si mesma, (3,21—4,25). Outro problema amplamente tratado é o da rejeição de Cristo por Israel, bem como o plano de Deus para esta nação.
Esta carta pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Introdução e tema: 1,1–17.
— A Humanidade precisa da salvação: 1,18—3,20.
— A via da salvação que Deus propõe: 3,21—4,25.
— A nova vida em Cristo: 5,1—8,39.
— Israel no plano de Deus: 9,1—11,36.
— Conduta cristã: 12,1—15,13.
— Conclusão e saudações: 15,14—16,27.
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