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Salomão pede sabedoria
(2 Cr 1.1-12)
1Salomão fez aliança com o Faraó, o rei do Egito, e casou com uma das suas filhas, trazendo-a para Jerusalém para viver na Cidade de David até que acabasse de construir o seu palácio, o templo e a muralha em volta da cidade. 2Naquele tempo o povo de Israel ainda apresentava sacrifícios em altares sobre as colinas, porque o templo para adorar o nome do Senhor ainda não fora construído. 3Salomão amava o Senhor e seguia todas as instruções do seu pai David. No entanto, continuava a sacrificar sobre as colinas e a oferecer incenso nesses lugares.
4A colina mais importante onde havia um altar ficava em Gibeão. Salomão sacrificou ali um milhar de holocaustos. 5Nessa noite, o Senhor apareceu a Salomão num sonho e disse-lhe: “Pede-me o que quiseres e dar-te-ei!” 6Salomão respondeu: “Foste extremamente bondoso para com o teu servo David, meu pai, visto que ele foi honesto e fiel para contigo e obedeceu aos teus mandamentos. Confirmaste-lhe a tua bondade, dando-lhe um sucessor no trono.
7Ó Senhor, meu Deus, fizeste-me rei em seu lugar, mas eu sou como uma criança que nada sabe da vida. 8Aqui estou, no meio do teu povo escolhido, uma nação tão grande cuja população quase nem se pode contar! 9Dá-me sabedoria para que possa conduzir bem o teu povo e saiba a diferença entre o que é justo e o que é errado. Pois quem seria capaz de governar uma tão grande nação como esta?”
10A resposta de Salomão agradou muito ao Senhor, porque lhe pediu sabedoria. 11Então replicou-lhe: “Visto teres pedido sabedoria para governar o meu povo e não uma longa vida, nem riquezas pessoais, nem sequer a derrota dos teus inimigos, 12dar-te-ei o que me pediste! Terás uma mente mais sábia do que alguém antes ou depois de ti! 13Dar-te-ei igualmente aquilo que não pediste: fortuna e honra. Ninguém no mundo será tão rico nem tão famoso como tu, durante toda a tua vida! 14Terás uma longa vida se me seguires e obedeceres à minha palavra tal como fez o teu pai David.” 15Salomão despertou e deu-se conta de que tinha tido um sonho.
Regressou a Jerusalém, apresentou-se diante da arca da aliança do Senhor e sacrificou holocaustos e ofertas de paz. Depois convidou toda a sua corte para um grande banquete.
A sabedoria de Salomão
16Um dia, pediram-lhe uma audiência duas prostitutas que lhe apresentaram o seguinte caso: 17“Senhor”, começou uma delas, “nós vivemos na mesma casa, só eu e ela e recentemente tive um bebé. 18Três dias depois também ela deu à luz um filho, 19mas o menino dela morreu durante a noite. Enquanto dormia, ao virar-se, deitou-se sobre ele e abafou-o. 20A meio da noite ela levantou-se, pegou no meu bebé, porque eu estava a dormir, e pôs o outro ao meu lado, indo deitar-se com o meu. 21De manhã, quando ia para dar de mamar ao meu filho, estava morto! No entanto, à medida que se fazia dia, certifiquei-me de que aquele não era o meu!”
22A outra interrompeu-a: “Era sim, o teu filho. O vivo é que é o meu.” A outra retorquiu: “Não, o morto era o teu. O outro é o meu.”
E assim continuaram a discutir diante do rei. 23Este disse por fim: “Vamos lá resumir a questão: ambas reclamam a criança viva e cada uma diz que o menino morto pertence à outra.
24Sendo assim, tragam-me uma espada.” E trouxeram-lha. 25Depois acrescentou: “Dividam o menino vivo em dois e deem uma parte a cada uma das mulheres!”
26A mulher que era realmente a mãe do bebé disse logo ao rei: “Oh não, senhor! Dá-lhe a criança, mas não a mates!”, porque lhe tinha muito amor. A outra contudo limitou-se a responder: “Está bem, que não seja nem teu nem meu; dividam-no entre nós as duas!”
27Perante isto o rei decidiu imediatamente: “Deem o bebé à mulher que quer que ele viva. Essa é sua verdadeira a mãe!”
28Esta decisão do soberano depressa se espalhou por toda a nação e o respeito pelo rei aumentou imenso, porque toda a gente se deu conta da grande sabedoria que Deus lhe dera.