1 Samuel 17:17-45
1 Samuel 17:17-45 OL
Um dia, Jessé disse ao seu filho David: “Leva estes 22 litros de grão torrado mais estes dez bolos aos teus irmãos. Dá também esses queijos ao capitão e vê se estão a passar bem. Toma conta de algum recado que me queiram mandar.” Saul e as suas forças militares estavam acampados no vale de Elá. David deixou as ovelhas entregues a outro pastor e partiu de manhã cedo levando o que o pai enviava aos filhos. Chegou à entrada do acampamento, quando o exército israelita se preparava para a batalha com gritos e apelos à luta. As forças inimigas encontravam-se frente a frente em disposição de combate. David entregou o seu fardo ao bagageiro e correu para as fileiras à procura dos irmãos. Enquanto conversava com eles, viu Golias avançar entre os pelotões filisteus e gritar o seu desafio às tropas de Israel. E David ouviu-o. Assim que o viram, recuaram aterrorizados. “Viste aquele gigante?”, perguntavam os soldados. “Tem insultado o exército de Israel. O rei ofereceu já uma enorme recompensa a quem o matar: dar-lhe-á uma das suas filhas e toda a sua família ficará isenta de impostos!” David informou-se, junto de alguns que ali estavam perto, sobre o que fariam àquele que matasse o filisteu e parasse com aqueles insultos a Israel. “Quem é este incircunciso filisteu que ousa desafiar os exércitos do Deus vivo?”, perguntava. E davam-lhe sempre a mesma resposta. O irmão mais velho de David, Eliabe, quando ouviu David falar desta maneira, ficou muito zangado: “Afinal o que estás tu aqui a fazer? A quem deixaste aquelas poucas ovelhas lá no deserto? Sei bem como és atrevido e gabarola! Queres é ver a peleja!” “Que foi que eu fiz agora? Fiz apenas uma pergunta!” E afastou-se para continuar a falar com outros, dizendo-lhe toda a gente a mesma coisa. As pessoas começaram a reparar nele e no que dizia e foram contar a Saul. Este mandou chamá-lo. “Que ninguém se angustie por causa daquele gigante”, disse David. “Eu me encarregarei desse filisteu!” “Como é que um rapaz como tu poderia fazer frente a um homem daqueles que é soldado desde a sua mocidade?” David insistiu: “Quando estou a tomar conta das ovelhas do meu pai, se aparece um leão ou um urso para roubar um cordeiro do rebanho, corro atrás dele e tiro-lhe o cordeiro da boca. Se ele se volta contra mim, agarro-o pelas mandíbulas e despedaço-o até morrer. Fiz isto tanto com ursos como com leões; certamente que poderei fazer o mesmo em relação a esse incircunciso filisteu que teve a ousadia de desafiar os exércitos do Deus vivo! O SENHOR, que me salvou dos dentes do leão e do urso, salvar-me-á também deste filisteu!” Saul, por fim, consentiu: “Está bem, vai lá e que o SENHOR seja contigo!” Saul deu-lhe a sua própria armadura; uma couraça de bronze e uma cota de malha. David colocou aquilo tudo sobre si, cingiu a espada e deu dois ou três passos para ver como se sentia, porque era a primeira vez que usava um equipamento de combate. “Eu nem sequer me posso mexer! Nunca andei com coisas destas!” E tirou tudo. Foi depois buscar à torrente, que por ali passava, cinco pequenos seixos e colocou-os no seu alforge; pegou no cajado e na funda e dirigiu-se na direção de Golias. Este veio também ao seu encontro, com o homem que lhe levava o escudo à sua frente, olhando com desprezo aquele rapaz de rosto corado e de aspeto gentil. “Ouve lá, sou algum cão”, rugiu para David, “para vires contra mim com um pau?” E amaldiçoou David pelos nomes dos seus deuses. “Vem cá para que dê a tua carne a comer às aves e aos animais selvagens”, gritou Golias. David, por sua vez, gritou-lhe como resposta: “Tu vens contra mim armado de lança e escudo, mas eu lutarei contigo em nome do SENHOR dos exércitos, o Deus das hostes de Israel, o verdadeiro Deus, a quem tens afrontado.