Daniel 5:1-25
Daniel 5:1-25 OL
O rei Belsazar convidou mil dos seus nobres para um grande banquete e o vinho correu a jorros. Numa altura em que Belsazar estava a beber, lembrou-se das taças de ouro e prata que tinham sido trazidas, havia já muito tempo, do templo de Jerusalém para a Babilónia, durante o reinado de Nabucodonozor. Deu então ordens que essas taças sagradas fossem trazidas ali, para o banquete; depois, beberam por elas os governantes, as suas mulheres e concubinas, erguendo-as em sinal de louvor aos seus ídolos feitos de ouro, prata, cobre, ferro, de madeira e de pedra. De repente, enquanto bebiam por aquelas taças, viram uns dedos de mão humana escrevendo no estuque da parede que estava em frente do castiçal. O próprio rei viu os dedos a escreverem. Ficou lívido de terror, de maneira que até os joelhos lhe começaram a tremer e não se aguentou mais nas pernas. “Tragam cá os magos e os astrólogos!”, gritou ele. “Tragam também os adivinhos! Quem for capaz de explicar o significado das palavras que ali estão na parede e de interpretar o sentido daquilo será vestido com roupa de púrpura de dignidade real, ser-lhe-á posto um colar de ouro ao pescoço e tornar-se-á o terceiro na hierarquia dos chefes do reino!” Mas quando os homens requeridos se apresentaram, nenhum foi capaz de compreender a frase escrita e de esclarecer o seu sentido. O rei estava cada vez mais assustado; o seu rosto refletia todo o terror que sentia; a sua corte estava igualmente extremamente perturbada. Quando a rainha-mãe ouviu o que se estava a passar, correu até ao local do banquete e disse a Belsazar: “Acalma-te, ó rei! Não fiques assim tão perturbado e com o rosto alterado. Porque há um homem no teu reino que tem nele o espírito dos deuses santos. Quando teu pai vivia, esse homem foi reconhecido como sendo cheio de sabedoria e de inteligência, como se fosse ele próprio um deus. No reinado de Nabucodonozor, teu antecessor, foi nomeado chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhos da Babilónia. Convoca agora esse homem, Daniel ou Beltessazar, como o rei lhe chamava, porque o seu espírito está cheio de conhecimento e de inteligência superiores. É capaz de interpretar sonhos, explicar enigmas e achar a solução para os problemas mais complexos. Ele dir-te-á qual o significado dessa frase!” Daniel foi trazido à presença do soberano que lhe perguntou: “És Daniel, aquele judeu que o rei Nabucodonozor trouxe de Israel como cativo? Ouvi dizer que tens o espírito dos deuses em ti e que estás cheio de entendimento e tens uma inteligência iluminada. Os meus sábios e os astrólogos tentaram perceber aquele escrito na parede, para me esclarecer sobre o seu sentido, e não foram capazes. Também me disseram que sabes explicar toda a espécie de mistérios. Se souberes interpretar aquelas palavras, vestir-te-ei com roupa de púrpura, por-te-ei um colar de ouro ao pescoço e serás o terceiro na hierarquia do poder na Babilónia.” Respondeu Daniel: “Não pretendo os teus dons, poderás dá-los a outra pessoa! Contudo, dir-te-ei o sentido daquela frase. Ó rei, o Deus altíssimo concedeu a Nabucodonozor, teu pai, um reino cheio de majestade, honra e glória. Concedeu-lhe tal majestade que todas as nações do mundo tremiam de medo perante ele. Matava quem lhe desagradava e favorecia aqueles de quem gostava. Conforme ele queria, engrandecia ou abatia. Mas quando o seu coração se exaltou e o seu espírito se endureceu de orgulho, Deus removeu-o do trono real e tirou-lhe todo o fausto de que se rodeava. Foi expulso do convívio com os seres humanos e mandado para os campos. Os seus pensamentos e sentidos tornaram-se nos de um animal e passou a viver entre jumentos monteses; comia erva como os bois e o seu corpo ficou húmido com o orvalho, até que reconheceu, por fim, que é o Altíssimo quem dirige os governos das nações; é ele quem designa quem quer para governar sobre elas. E tu, seu sucessor, ó Belsazar, sabes bem isto tudo, mas não te tornaste humilde. Tu ofendeste o Senhor dos céus, quando trouxeste para cá essas taças do seu templo; tu, os teus ministros, as suas mulheres e concubinas beberam vinho por elas, enquanto davam louvores a deuses de ouro, prata, cobre, ferro, madeira e pedra, deuses que nem veem, nem ouvem, nem sabem coisa nenhuma. Não deste louvores ao Deus que te dá a própria vida e controla o teu destino! Por isso, Deus mandou-te uns dedos que escreveram esta mensagem: mene, mene, tequel, parsin.