ESTER Introdução
Introdução
Muitos dos judeus cujas famílias tinham sido exiladas para a Babilónia preferiram não regressar ao seu país, quando foram autorizados a fazê-lo, em 538 a.C. As fases deste regresso são descritas nos livros de Esdras e Neemias. Por seguirem as suas próprias leis e costumes, os judeus tinham muitas vezes de enfrentar a hostilidade dos povos no meio dos quais viviam. O livro de Ester narra como uma comunidade judaica, que optara por se manter radicada em pleno coração do império persa, foi salva da ameaça de extermínio. Os eventos passam-se na fortaleza de Susa, capital do império, quando Xerxes era rei, entre 486 e 464 a.C.
O livro descreve como Ester, dirigida pelo seu tio Mardoqueu, se tornou rainha da Pérsia. Mardoqueu, que era judeu e funcionário do rei, entrou entretanto em conflito com o primeiro-ministro Haman, que odiava os judeus. O plano urdido por Haman para matar Mardoqueu, bem como o seu povo, foi anulado por intervenção de Ester, que obteve a morte do próprio Haman. O dia fixado para o extermínio do povo judeu transformou-se num dia de derrota para os seus inimigos. O livro termina mostrando como esse dia passou a ser feriado no calendário judaico. Trata-se da festa de Purim, celebrada na primavera, antes da Páscoa.
A grande particularidade deste livro é o facto de ser o único, além do Cântico dos Cânticos, em que Deus não é pessoalmente referido. Toda a ação, incluindo a grande vingança judaica sobre os inimigos, parece obra meramente humana. Há, no entanto, a noção de que nem o acaso nem o puramente humano e contigente são os motores dos acontecimentos: estes são dirigidos de cima, visando um propósito. Deus marca, com o sinal da eleição e da sua missão, tanto os destinos coletivos (no caso do povo judeu) como individuais (Ester). As palavras de Mardoqueu à jovem rainha (4,14) revelam essa convicção. Perante o feliz desfecho dos eventos relatados, o livro de Ester reforça o sentido de especificidade dos judeus, enquanto povo, e serve de encorajamento à resistência e à justa vingança face à opressão, transmitindo a certeza da indestrutibilidade deste povo.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Ester torna-se rainha da Pérsia: 1,1—2,23.
— Haman intenta exterminar os judeus: 3,1–15.
— Ester obtém do rei a salvação do seu povo: 4,1—6,14.
— O triunfo dos judeus: 7,1—10,3.
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ESTER Introdução: BPT09DC
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Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal
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Muitos dos judeus cujas famílias tinham sido exiladas para a Babilónia preferiram não regressar ao seu país, quando foram autorizados a fazê-lo, em 538 a.C. As fases deste regresso são descritas nos livros de Esdras e Neemias. Por seguirem as suas próprias leis e costumes, os judeus tinham muitas vezes de enfrentar a hostilidade dos povos no meio dos quais viviam. O livro de Ester narra como uma comunidade judaica, que optara por se manter radicada em pleno coração do império persa, foi salva da ameaça de extermínio. Os eventos passam-se na fortaleza de Susa, capital do império, quando Xerxes era rei, entre 486 e 464 a.C.
O livro descreve como Ester, dirigida pelo seu tio Mardoqueu, se tornou rainha da Pérsia. Mardoqueu, que era judeu e funcionário do rei, entrou entretanto em conflito com o primeiro-ministro Haman, que odiava os judeus. O plano urdido por Haman para matar Mardoqueu, bem como o seu povo, foi anulado por intervenção de Ester, que obteve a morte do próprio Haman. O dia fixado para o extermínio do povo judeu transformou-se num dia de derrota para os seus inimigos. O livro termina mostrando como esse dia passou a ser feriado no calendário judaico. Trata-se da festa de Purim, celebrada na primavera, antes da Páscoa.
A grande particularidade deste livro é o facto de ser o único, além do Cântico dos Cânticos, em que Deus não é pessoalmente referido. Toda a ação, incluindo a grande vingança judaica sobre os inimigos, parece obra meramente humana. Há, no entanto, a noção de que nem o acaso nem o puramente humano e contigente são os motores dos acontecimentos: estes são dirigidos de cima, visando um propósito. Deus marca, com o sinal da eleição e da sua missão, tanto os destinos coletivos (no caso do povo judeu) como individuais (Ester). As palavras de Mardoqueu à jovem rainha (4,14) revelam essa convicção. Perante o feliz desfecho dos eventos relatados, o livro de Ester reforça o sentido de especificidade dos judeus, enquanto povo, e serve de encorajamento à resistência e à justa vingança face à opressão, transmitindo a certeza da indestrutibilidade deste povo.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Ester torna-se rainha da Pérsia: 1,1—2,23.
— Haman intenta exterminar os judeus: 3,1–15.
— Ester obtém do rei a salvação do seu povo: 4,1—6,14.
— O triunfo dos judeus: 7,1—10,3.
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