MATEUS Introdução
Introdução
Desde os tempos mais antigos, a tradição vai no sentido de considerar que o autor deste Evangelho foi um dos primeiros discípulos de Jesus; seria aquele cobrador de impostos, tornado discípulo, que é chamado Mateus em Mateus 9,9 e Levi em Marcos 2,14. Pensa-se que o discípulo Mateus poderia ter recolhido em aramaico alguns ditos e feitos de Jesus, tendo mais tarde escrito o texto atual deste Evangelho, numa altura em que já dispunha de outros Evangelhos, nomeadamente o de Marcos, escrito em grego, que o podem ter ajudado na nova escrita. Este livro terá sido escrito depois do ano 70 d. C.
É provável que tenha tido como principais destinatários igrejas de origem judaica com uma forte ligação ao seu património religioso tradicional, mas que já não parecem identificar-se com o judaísmo, uma vez que este se recusou a acolher Jesus com as características de Messias que este Evangelho sublinha.
O Evangelho segundo Mateus caracteriza-se por uma particular sensibilidade a questões que têm a ver com o judaísmo. Os temas tradicionais da religião hebraica bíblica, as suas personagens antigas mais marcantes e os confrontos com vários grupos que representam o judaísmo contemporâneo de Jesus aparecem neste Evangelho com algum destaque. A longa genealogia de antepassados sublinha as raízes de Jesus no interior do povo hebraico, indo até Abraão e sublinhando a maneira como Jesus articula toda a história do povo de Deus, uma vez que quatro ciclos de catorze gerações conduzem diretamente de Abraão, por David e pelo exílio da Babilónia até Jesus. Tal como acontece na genealogia, também no resto deste Evangelho são constantes as referências aos temas do Antigo Testamento. A infância de Jesus e outras referências da sua vida pública, nomeadamente o modo como ensina e a autoridade que revela, fazem dele um novo Moisés; a nova Tora é o seu ensino que inaugura o Reino de Deus. Valoriza e interpreta os textos proféticos para demonstrar que Jesus é o Messias esperado pelo povo, aquele que iria realizar as promessas feitas através dos séculos de história hebraica. A autoridade de Jesus tanto assenta na capacidade de declarar verdades novas como na reinterpretação de verdades que vinham da Escritura. Por isso é tão frequente encontrar citações do Antigo Testamento ao longo deste Evangelho.
Os ensinamentos de Jesus são apresentados ao longo da sua vida pública, em cinco secções, sendo cada uma delas dominada por um grande discurso:
— O sermão da montanha: 5,1—7,1–29.
— Instruções aos doze discípulos sobre a sua missão: 10,1–42.
— As parábolas do reino: 13,1–58.
— Ensinamentos sobre a vida dos cristãos neste mundo: 18,1–35
— O fim da vida presente e a vinda do reino de Deus: 24,1—25,46.
Este evangelho pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Antepassados e nascimento de Jesus: 1,1—2,23.
— Mensagem de João Batista: 3,1–12.
— Batismo e tentação de Jesus: 3,13—4,11.
— Atividade de Jesus na Galileia: 4,12—18,35.
— A caminho de Jerusalém: 19,1—20,34.
— Atividade de Jesus em Jerusalém: 21,1—25,46.
— Paixão, morte e ressurreição: 26,1—28,20.
Atualmente selecionado:
MATEUS Introdução: BPT09DC
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MATEUS Introdução
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Desde os tempos mais antigos, a tradição vai no sentido de considerar que o autor deste Evangelho foi um dos primeiros discípulos de Jesus; seria aquele cobrador de impostos, tornado discípulo, que é chamado Mateus em Mateus 9,9 e Levi em Marcos 2,14. Pensa-se que o discípulo Mateus poderia ter recolhido em aramaico alguns ditos e feitos de Jesus, tendo mais tarde escrito o texto atual deste Evangelho, numa altura em que já dispunha de outros Evangelhos, nomeadamente o de Marcos, escrito em grego, que o podem ter ajudado na nova escrita. Este livro terá sido escrito depois do ano 70 d. C.
É provável que tenha tido como principais destinatários igrejas de origem judaica com uma forte ligação ao seu património religioso tradicional, mas que já não parecem identificar-se com o judaísmo, uma vez que este se recusou a acolher Jesus com as características de Messias que este Evangelho sublinha.
O Evangelho segundo Mateus caracteriza-se por uma particular sensibilidade a questões que têm a ver com o judaísmo. Os temas tradicionais da religião hebraica bíblica, as suas personagens antigas mais marcantes e os confrontos com vários grupos que representam o judaísmo contemporâneo de Jesus aparecem neste Evangelho com algum destaque. A longa genealogia de antepassados sublinha as raízes de Jesus no interior do povo hebraico, indo até Abraão e sublinhando a maneira como Jesus articula toda a história do povo de Deus, uma vez que quatro ciclos de catorze gerações conduzem diretamente de Abraão, por David e pelo exílio da Babilónia até Jesus. Tal como acontece na genealogia, também no resto deste Evangelho são constantes as referências aos temas do Antigo Testamento. A infância de Jesus e outras referências da sua vida pública, nomeadamente o modo como ensina e a autoridade que revela, fazem dele um novo Moisés; a nova Tora é o seu ensino que inaugura o Reino de Deus. Valoriza e interpreta os textos proféticos para demonstrar que Jesus é o Messias esperado pelo povo, aquele que iria realizar as promessas feitas através dos séculos de história hebraica. A autoridade de Jesus tanto assenta na capacidade de declarar verdades novas como na reinterpretação de verdades que vinham da Escritura. Por isso é tão frequente encontrar citações do Antigo Testamento ao longo deste Evangelho.
Os ensinamentos de Jesus são apresentados ao longo da sua vida pública, em cinco secções, sendo cada uma delas dominada por um grande discurso:
— O sermão da montanha: 5,1—7,1–29.
— Instruções aos doze discípulos sobre a sua missão: 10,1–42.
— As parábolas do reino: 13,1–58.
— Ensinamentos sobre a vida dos cristãos neste mundo: 18,1–35
— O fim da vida presente e a vinda do reino de Deus: 24,1—25,46.
Este evangelho pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Antepassados e nascimento de Jesus: 1,1—2,23.
— Mensagem de João Batista: 3,1–12.
— Batismo e tentação de Jesus: 3,13—4,11.
— Atividade de Jesus na Galileia: 4,12—18,35.
— A caminho de Jerusalém: 19,1—20,34.
— Atividade de Jesus em Jerusalém: 21,1—25,46.
— Paixão, morte e ressurreição: 26,1—28,20.
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