ZACARIAS Introdução
Introdução
Zacarias teve por missão encorajar os judeus desanimados perante as dificuldades que tiveram de enfrentar logo após o cativeiro da Babilónia. Foi contemporâneo do profeta Ageu (século VI a.C.), que no livro com o seu nome descreve também alguns acontecimentos deste período.
O livro tem duas partes muito distintas. A primeira (1,1—8,23) apresenta a atividade de Zacarias em Jerusalém (520–518 a.C.). Contém uma série de profecias, geralmente sob a forma de visões, que pretendem mostrar que a reconstrução do templo e o restabelecimento do culto são o sinal de uma nova época. Tudo se passa à volta de dois homens que Deus escolheu: o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.
A segunda parte (9,1—14,21) aponta fundamentalmente para a grande esperança de Israel, que irá concretizar-se num tempo em que Deus há de reinar sobre toda a terra. Esse tempo está ligado à missão de um homem escolhido por Deus, um Messias divino. Será ele que instaurará o reino de Deus e Zacarias apresenta algumas das suas características: um rei humilde e vitorioso (9,9), um bom pastor (11,4–12; 13,7), como um homem vendido e conduzido à morte, com traços semelhantes à do servo sofredor de Isaías capítulo 53 (12,9–10). A evocação desta figura, vítima de trespasse com uma lança, é feita pelo próprio Deus na primeira pessoa. Dessa morte resultará a salvação, cura e restauração dos corações e da condição do povo de Deus (12,10; 13,1).
O tratamento particular dado a Zorobabel e Josué complementam-se, como indicadores das características reais e sacerdotais do Messias. Não admira que os evangelistas tenham visto na figura messiânica do livro de Zacarias elementos que caracterizam a pessoa e a missão de Jesus, particularmente nos relatos da sua paixão e morte (Mateus 21,4–5; 26,31; Marcos 14,27; João 19,37).
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
Primeira parte:
— Introdução: apelo à conversão: 1,1–6.
— Visões de Zacarias:
— Visão dos cavalos: 1,7–17.
— Visão dos chifres e dos ferreiros: 2,1–4.
— Visão da corda de medir: 2,5–17.
— Visão do sacerdote Josué: 3,1–10.
— Visão do candelabro e das oliveiras: 4,1–14.
— Visão do livro alado: 5,1–4.
— Visão da mulher num cesto: 5,5–11.
— Visão dos quatro carros: 6,1–8.
— Visão da coroação de Josué: 6,9–16.
— Condenação do falso jejum: 7,1–14.
— Promessa do Senhor: 8,1–23.
Segunda Parte:
— Condenação das nações vizinhas: 9,1–8.
— O rei estabelecerá a paz: 9,9–10.
— Promessas de libertação: 9,11—11,3.
— Os dois pastores: 11,4–17.
— Ataque a Jerusalém e libertação da cidade: 12,1–8.
— Fim dos ídolos e dos falsos profetas: 13,1–6.
— Reconhecimento do Senhor como Deus: 13,7–9.
— A vitória final do Reino de Deus: 14,1–21.
Atualmente selecionado:
ZACARIAS Introdução: BPT09DC
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Zacarias teve por missão encorajar os judeus desanimados perante as dificuldades que tiveram de enfrentar logo após o cativeiro da Babilónia. Foi contemporâneo do profeta Ageu (século VI a.C.), que no livro com o seu nome descreve também alguns acontecimentos deste período.
O livro tem duas partes muito distintas. A primeira (1,1—8,23) apresenta a atividade de Zacarias em Jerusalém (520–518 a.C.). Contém uma série de profecias, geralmente sob a forma de visões, que pretendem mostrar que a reconstrução do templo e o restabelecimento do culto são o sinal de uma nova época. Tudo se passa à volta de dois homens que Deus escolheu: o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.
A segunda parte (9,1—14,21) aponta fundamentalmente para a grande esperança de Israel, que irá concretizar-se num tempo em que Deus há de reinar sobre toda a terra. Esse tempo está ligado à missão de um homem escolhido por Deus, um Messias divino. Será ele que instaurará o reino de Deus e Zacarias apresenta algumas das suas características: um rei humilde e vitorioso (9,9), um bom pastor (11,4–12; 13,7), como um homem vendido e conduzido à morte, com traços semelhantes à do servo sofredor de Isaías capítulo 53 (12,9–10). A evocação desta figura, vítima de trespasse com uma lança, é feita pelo próprio Deus na primeira pessoa. Dessa morte resultará a salvação, cura e restauração dos corações e da condição do povo de Deus (12,10; 13,1).
O tratamento particular dado a Zorobabel e Josué complementam-se, como indicadores das características reais e sacerdotais do Messias. Não admira que os evangelistas tenham visto na figura messiânica do livro de Zacarias elementos que caracterizam a pessoa e a missão de Jesus, particularmente nos relatos da sua paixão e morte (Mateus 21,4–5; 26,31; Marcos 14,27; João 19,37).
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
Primeira parte:
— Introdução: apelo à conversão: 1,1–6.
— Visões de Zacarias:
— Visão dos cavalos: 1,7–17.
— Visão dos chifres e dos ferreiros: 2,1–4.
— Visão da corda de medir: 2,5–17.
— Visão do sacerdote Josué: 3,1–10.
— Visão do candelabro e das oliveiras: 4,1–14.
— Visão do livro alado: 5,1–4.
— Visão da mulher num cesto: 5,5–11.
— Visão dos quatro carros: 6,1–8.
— Visão da coroação de Josué: 6,9–16.
— Condenação do falso jejum: 7,1–14.
— Promessa do Senhor: 8,1–23.
Segunda Parte:
— Condenação das nações vizinhas: 9,1–8.
— O rei estabelecerá a paz: 9,9–10.
— Promessas de libertação: 9,11—11,3.
— Os dois pastores: 11,4–17.
— Ataque a Jerusalém e libertação da cidade: 12,1–8.
— Fim dos ídolos e dos falsos profetas: 13,1–6.
— Reconhecimento do Senhor como Deus: 13,7–9.
— A vitória final do Reino de Deus: 14,1–21.
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