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LUCAS 8:4-56

LUCAS 8:4-56 O Livro (OL)

Uma imensa multidão, oriunda de todas as cidades, veio ter com ele. Ele falou-lhes por meio de uma parábola: “Certo homem foi semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho e foram pisadas; vieram as aves do céu e comeram-nas. Outras caíram em solo pedregoso e cresceram. Mas murcharam, por falta de humidade. Outras caíram no meio de espinhos que em pouco tempo sufocaram os rebentos. Mas outras caíram em solo fértil e quando cresceram deram uma colheita cem vezes maior.” Tendo dito isto, exclamou em alta voz: “Quem tem ouvidos, ouça!” Os discípulos perguntaram-lhe o que queria dizer aquela parábola. Ele respondeu: “É-vos concedido conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros somente por parábolas, de modo que veem, mas ficam sem ver, ouvem, mas não entendem. O que a parábola quer dizer é o seguinte: A semente é a mensagem de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que a ouviram, mas depois vem o Diabo e tira-lhes a palavra do coração, não deixando que as pessoas creiam e sejam salvas. As semeadas em solo pedregoso são os que ouvem a palavra com alegria. Todavia, não deitam raízes; têm fé por algum momento, mas quando chega o momento da tentação desfalecem. As semeadas entre os espinhos são aqueles que ouvem, mas que no meio das preocupações, da riqueza e dos prazeres da vida, deixam que seja abafada, pelo que fica sem fruto. Mas o bom solo são aqueles que, com coração bom e honesto, ouvem a palavra e dão fruto com perseverança.” “Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la num recipiente ou debaixo da cama, mas coloca-a num candeeiro, para que aqueles que entrarem em casa vejam a luz. Pois nada há oculto que não venha a mostrar-se, nem há nada encoberto que não venha a ser conhecido e a manifestar-se. Tomem cuidado como ouvem, pois quem tiver receberá; mas a quem não tem até o que tiver lhe será tirado.” Uma vez, a mãe e os irmãos de Jesus foram ter com ele, mas por causa da multidão não conseguiram entrar na casa onde ele estava. Alguém disse-lhe: “A tua mãe e irmãos estão lá fora e querem ver-te.” Jesus respondeu-lhes: “A minha mãe e os meus irmãos são todos aqueles que ouvem a mensagem de Deus e lhe obedecem.” Certo dia, Jesus entrou num barco com os discípulos e disse-lhes: “Vamos atravessar para a outra margem do lago.” Durante a travessia ele adormeceu. Entretanto, levantou-se uma tempestade e um vendaval no lago, o barco começou a meter água e corriam grande perigo. Logo os discípulos foram acordá-lo, gritando: “Mestre, Mestre, estamos quase a morrer!” Levantando-se, ele repreendeu o vento e as vagas e fez-se uma grande calma. Depois perguntou-lhes: “Onde está a vossa fé?” Eles, tomados de medo e admiração, perguntavam uns aos outros: “Mas quem é este que dá ordens aos próprios ventos e à água que lhe obedecem?” Chegaram à terra dos Gerasenos que fica na outra banda do mar da Galileia. Quando Jesus saía do barco, veio-lhe ao encontro um homem que havia muito tempo estava possuído por demónios. Não tendo casa, vivia, sem roupas, no cemitério entre as sepulturas. Mal viu Jesus, deitando-se no chão à sua frente, soltou um grito forte: “Que queres tu de mim, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Peço-te que não me atormentes!” Pois Jesus ordenava já ao espírito impuro que abandonasse o homem. Este, muitas vezes tinha-se apoderado daquele homem, de tal modo que, mesmo acorrentado, partia as correntes e fugia para o deserto, inteiramente sob o poder do demónio. “Como te chamas?”, perguntou Jesus. “Exército”, foi a resposta. Porque tinha entrado dentro dele um grande número de demónios. E pediam com insistência a Jesus que não os mandasse para o abismo. Andava ali perto uma vara de porcos a pastar no monte e os demónios rogaram-lhe que os deixasse entrar nos animais. Jesus consentiu. Deixaram o homem e entraram nos porcos. A vara precipitou-se, caindo por um despenhadeiro no lago, onde se afogou. Os porqueiros, ao verem aquilo, fugiram para a cidade e campos, espalhando a notícia. As pessoas vieram ver o que tinha sucedido dirigindo-se ao encontro de Jesus. E encontraram aquele homem, do qual tinham saído os demónios, agora vestido e em seu perfeito juízo, sentado aos pés de Jesus, e tiveram receio. Os que tinham assistido contavam como o endemoninhado tinha sido curado. A multidão chegou até a pedir a Jesus que fosse embora, porque se espalhara entre eles uma onda de medo. Assim, Jesus voltou para o barco e foi para a outra margem do lago. O homem que tinha estado dominado por demónios pediu para ir também, mas Jesus não o deixou: “Volta para a tua família e conta-lhes aquilo que de tão maravilhoso Deus fez contigo.” Então foi pela cidade anunciando as grandes coisas que Jesus tinha feito por ele. Do outro lado do lago, o povo recebeu Jesus de braços abertos, pois já o esperava. Um homem chamado Jairo, líder da sinagoga, veio ter com Jesus e, prostrando-se aos seus pés, pediu-lhe que fosse a sua casa, porque tinha uma filha única, uma menina de cerca de doze anos, que estava à morte. Jesus acompanhou-o, abrindo caminho através do povo. Enquanto caminhavam, uma mulher veio por detrás e tocou-lhe, porque havia doze anos que tinha um mal que a fazia perder sangue, e não tinha conseguido encontrar cura, embora tivesse gasto tudo o que tinha com médicos. Ela aproximou-se dele por trás e tocou-lhe na borda do manto, e num ápice a perda de sangue estancou. “Quem me tocou?”, perguntou Jesus. Todos negaram, e Pedro até acrescentou: “Mestre, são tantos os que te apertam de todos os lados.” “Alguém me tocou de propósito, porque senti sair de mim poder.” Sabedora de que não podia esconder-se, a tremer, a mulher aproximou-se, pôs-se de joelhos diante dele e contou à frente de todo o povo o motivo porque lhe tinha tocado, afirmando que num ápice ficara boa. Jesus disse-lhe: “Filha, a tua fé te curou! Vai em paz.” Enquanto falava ainda com a mulher, chegou um mensageiro da casa de Jairo, líder da sinagoga, com a notícia: “A tua filha já está morta. Não incomodes mais o Mestre.” Quando Jesus soube o que tinha acontecido, disse a Jairo: “Não tenhas medo! Crê somente e ela ficará boa.” Quando chegaram à casa, Jesus não consentiu que ninguém entrasse com ele, excetuando Pedro, Tiago, João e os pais da menina. A casa estava cheia de pessoas que lamentavam o sucedido, mas ele ordenou: “Parem de chorar! Ela não está morta, apenas dorme!” Esta frase provocou zombaria, porque todos sabiam que a jovem estava morta. Então Jesus, tomando-a pela mão, exclamou: “Levanta-te, menina!” E naquele instante o espírito dela voltou e ela levantou-se. “Deem-lhe de comer!”, disse. Os pais ficaram maravilhados, mas Jesus insistiu com eles para que não contassem a ninguém o que tinha acontecido.

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Leia LUCAS 8

LUCAS 8:4-56 a BÍBLIA para todos Edição Católica (BPT09DC)

Muita gente vinda de toda a parte continuava a procurar Jesus. Quando já havia uma multidão à sua volta, falou-lhes usando esta parábola: «Andava uma vez um homem a semear. Quando lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, foi pisada e os pássaros comeram-na toda. Outra caiu em terreno pedregoso e, mal rompeu, secou por não haver humidade. Outra caiu entre espinhos e estes, ao crescerem, abafaram-na. Mas uma outra parte da semente caiu em boa terra, desenvolveu-se e produziu fruto à razão de cem grãos por semente.» E por fim, erguendo a voz, exclamou: «Quem tem ouvidos, preste atenção!» Os discípulos perguntaram a Jesus o que queria dizer com aquela parábola. Ele explicou-lhes: «É-vos dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentadas parábolas para que olhem mas não vejam, e oiçam mas não entendam.» «O significado da parábola é este: A semente é a palavra de Deus. A que caiu junto do caminho representa as pessoas que escutam; mas vem o Diabo e tira-lhes a palavra do seu coração, para que não creiam e não sejam salvas. A semente que caiu em cima de pedras são aquelas pessoas que ouvem a palavra e a recebem com muita alegria. Mas como não ganham raízes, creem por algum tempo e desistem quando chegam as tentações. A que caiu entre os espinhos significa as pessoas que ouvem, mas acabam por se deixar sufocar pelas preocupações da vida, pelas riquezas e pelos prazeres, de modo que nunca chegam a dar fruto. E a semente que caiu em boa terra representa as pessoas que ouvem a palavra, com um coração bom e honesto, conservam-na com firmeza e dão fruto com perseverança.» «Não há ninguém que acenda um candeeiro para o tapar com uma caixa ou para o colocar debaixo da cama. Põe-se antes num lugar em que alumie bem os que entram. Por isso não há nada que esteja escondido que não venha a descobrir-se: tudo o que é segredo virá sempre a ser conhecido e posto a claro. Oiçam bem o que eu vos digo: ao que tem, ser-lhe-á dado. E a quem não tem, até o que julga ter lhe será tirado.» A mãe e os irmãos de Jesus foram ter com ele, mas não conseguiram aproximar-se por causa da multidão. Entretanto, alguém lhe disse: «Olha que a tua mãe e os teus irmãos estão lá fora à tua procura.» Mas Jesus respondeu: «A minha mãe e os meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.» Certo dia, entrou Jesus num barco com os discípulos e disse-lhes: «Vamos para a outra banda do lago.» Ora durante a travessia, Jesus adormeceu. Nisto, formou-se uma tempestade no lago, e entrava tanta água no barco, que já estavam em perigo de se afundar. Os discípulos acordaram Jesus e disseram-lhe: «Mestre, Mestre, estamos perdidos!» Ele levantou-se, deu ordem ao vento e às ondas; o vento parou e as ondas amansaram. Depois dirigiu-se aos discípulos: «Onde está a vossa fé?» Eles porém tremiam de medo e diziam uns para os outros, muito admirados: «Mas quem é este que até o vento e as ondas lhe obedecem!» Navegaram seguidamente para o território de Gerasa, que fica do outro lado do lago em frente da Galileia. Quando Jesus saiu do barco, foi ter com ele um homem daquela terra que estava possesso de espíritos maus. Há muito tempo que não se vestia e não vivia em casa, mas nos sepulcros. Quando viu Jesus, caiu por terra gritando diante dele e disse em alta voz: «Que tenho eu a ver contigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Peço-te que não me atormentes!» Ele disse isto porque Jesus dava ordens ao espírito mau para que saísse dele. Já muitas vezes o espírito mau se tinha apoderado dele. Prendiam-no com cadeias e correntes, mas ele rebentava tudo e era levado pelo espírito mau para lugares desertos. Jesus perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Ele respondeu: «Chamo-me Legião.» Isto, porque estava possuído por muitos espíritos maus. E os demónios pediam a Jesus que não os mandasse para o abismo. Ora andava a pastar ali no monte uma grande quantidade de porcos. Os demónios pediram a Jesus que os deixasse entrar nos porcos e Jesus consentiu. Os demónios saíram então do homem e entraram nos porcos que se puseram a correr pelo monte abaixo até ao lago e lá se afogaram. Os guardadores dos porcos, quando viram aquilo, fugiram e foram à cidade e aos arredores contar o que se tinha passado. Foi lá muita gente para ver o que tinha acontecido. Aproximaram-se de Jesus e encontraram o homem, de quem tinham saído os espíritos maus, sentado aos pés de Jesus, vestido e em perfeito juízo. Ao verem isso, ficaram impressionados. Então os que tinham presenciado tudo contaram aos outros como é que o homem tinha sido curado. Toda a gente do território de Gerasa pediu a Jesus que se fosse embora dali, porque estavam cheios de medo. Jesus voltou para o barco e, quando ia a partir, o homem que tinha sido libertado dos demónios pedia-lhe que o deixasse ir com ele. Mas Jesus mandou-o embora e disse-lhe: «Volta para tua casa e conta aquilo que Deus te fez.» O homem foi então por toda a cidade contar o que Jesus lhe fizera. Quando Jesus voltou, foi recebido pela multidão que estava à sua espera. Nessa altura aproximou-se dele um homem, chamado Jairo, que era dirigente da sinagoga. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e insistia para que fosse a sua casa, porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos de idade, que estava à morte. Enquanto iam a caminho, a multidão apertava Jesus de todos os lados. Ia lá também uma mulher que havia já doze anos sofria duma doença que a fazia perder sangue. Tinha gasto com os médicos tudo quanto possuía, mas ninguém a pôde curar. Ela foi por detrás de Jesus, tocou-lhe na ponta do manto e ficou logo curada da doença. Jesus então perguntou: «Quem foi que me tocou?» Todos negaram. E Pedro disse: «Mestre, é a multidão que te aperta e empurra de todos os lados!» Mas Jesus repetiu: «Houve alguém que me tocou. Eu bem senti que saiu de mim poder.» Então a mulher, vendo que não podia passar despercebida, aproximou-se de Jesus, toda a tremer, ajoelhou-se-lhe aos pés e confessou diante de toda a gente a razão por que tocara em Jesus e como tinha ficado curada imediatamente. Jesus então disse-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou. Vai em paz.» Ainda Jesus não tinha acabado de falar quando chegou alguém da casa de Jairo a dizer: «A tua filha já morreu. Não incomodes mais o Mestre.» Assim que Jesus ouviu a notícia, disse a Jairo: «Não tenhas medo! Basta que tenhas fé e a tua filha há de viver.» Entrou em casa de Jairo, mas não deixou ninguém ir com ele, a não ser Pedro, Tiago e João e os pais da menina. Toda a gente chorava com pena dela, mas Jesus disse: «Não chorem que a menina não está morta, está a dormir.» Puseram-se todos a fazer troça dele, pois sabiam que ela estava morta. E então Jesus pegou na mão da menina e ordenou: «Menina, levanta-te!» Ela voltou a viver e levantou-se imediatamente. Jesus mandou que lhe dessem de comer. Os pais da menina ficaram maravilhados, mas Jesus mandou que não contassem nada a ninguém.

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Leia LUCAS 8

LUCAS 8:4-56 Almeida Revista e Corrigida (Portugal) (ARC)

E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse, por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente, e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra caiu sobre pedra, e, nascida, secou-se, pois que não tinha humidade; E outra caiu entre espinhos, e, crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta? E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas, aos outros, por parábolas, para que, vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam. Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus; E os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois, vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que se não salvem, crendo; E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas creem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam; E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição; E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança. E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz. Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis; porque, a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver, até o que parece ter lhe será tirado. E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão. E foi-lhe dito: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te. Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam. E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para a outra banda do lago. E partiram. E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo. E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia. E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que, desde muito tempo, estava possesso de demónios, e não andava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros. E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando, e dizendo, com grande voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes. Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido pelo demónio para os desertos. E perguntou-lhe Jesus, dizendo: qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demónios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo. E andava ali pastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. E, tendo saído os demónios do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago, e afogou-se. E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e foram anunciá-lo na cidade e nos campos. E saíram a ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus. Acharam então o homem, de quem haviam saído os demónios, vestido, e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram. E os que tinham visto contaram-lhes, também, como fora salvo aquele endemoninhado. E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor, lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. E, entrando ele no barco, voltou. E aquele homem, de quem haviam saído os demónios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo: Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando, por toda a cidade, quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito. E aconteceu que, quando voltou Jesus, a multidão o recebeu, porque todos o estavam esperando. E eis que chegou um varão, de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus rogava-lhe que entrasse em sua casa; Porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E, indo ele, apertava-o a multidão. E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, Chegando, por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se, tremendo, e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe, diante de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz. Estando ele ainda falando, chegou um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e à mãe da menina. E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que estava morta. Mas ele, pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer. E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.

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