Deus vem de Temã,
e do monte Parã vem o Santo.
A sua glória cobre os céus,
e a terra se enche do seu louvor.
O seu resplendor é como a luz,
raios brilham da sua mão;
e ali está velado o seu poder.
Adiante dele vai a peste,
e a pestilência segue os seus passos.
Ele para e faz tremer a terra;
olha e sacode as nações.
Esmigalham-se os montes primitivos;
os outeiros eternos se abatem.
Os caminhos de Deus são eternos.
Vejo as tendas de Cusã em aflição;
os acampamentos da terra de Midiã tremem.
Acaso, é contra os rios, SENHOR, que estás irado?
É contra os ribeiros a tua ira
ou contra o mar, o teu furor,
já que andas montado nos teus cavalos,
nos teus carros de vitória?
Tiras a descoberto o teu arco,
e farta está a tua aljava de flechas.
Tu fendes a terra com rios.
Os montes te veem e se contorcem;
passam torrentes de água;
as profundezas do mar fazem ouvir a sua voz
e levantam bem alto as suas mãos.
O sol e a lua param nas suas moradas,
ao resplandecer a luz das tuas flechas sibilantes,
ao fulgor do relâmpago da tua lança.
Na tua indignação, marchas pela terra,
na tua ira, calcas aos pés as nações.
Tu sais para salvamento do teu povo,
para salvar o teu ungido;
feres o telhado da casa do perverso
e lhe descobres de todo o fundamento.
Traspassas a cabeça dos guerreiros do inimigo com as suas próprias lanças,
os quais, como tempestade, avançam para me destruir;
regozijam-se, como se estivessem para devorar o pobre às ocultas.
Marchas com os teus cavalos pelo mar,
pela massa de grandes águas.
Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu,
à sua voz, tremeram os meus lábios;
entrou a podridão nos meus ossos,
e os joelhos me vacilaram,
pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia,
que virá contra o povo que nos acomete.