Depois de passar ali aquela noite, Jacó separou do que tinha consigo um presente para o seu irmão Esaú: duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros, trinta camelas de leite com as suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos. Entregou-os aos seus servos, cada rebanho à parte. Então disse aos servos:
— Vão à minha frente e deixem espaço entre rebanho e rebanho.
Ordenou ao primeiro servo, dizendo:
— Quando Esaú, meu irmão, se encontrar com você e perguntar: “De quem você é, para onde você vai, de quem são estes animais que você vem trazendo?”, responda: “São do seu servo Jacó. É um presente que ele está enviando ao meu senhor Esaú. E eis que ele mesmo vem vindo atrás de nós.”
Jacó ordenou também ao segundo, ao terceiro e a todos os que vinham conduzindo os rebanhos:
— É assim que vocês devem falar com Esaú, quando se encontrarem com ele. Também dirão: “Eis que o seu servo Jacó vem vindo atrás de nós.” Porque Jacó pensava assim: “Eu o aplacarei com o presente que me antecede. Depois eu o verei pessoalmente e talvez ele me dê boa acolhida.”
Assim, mandou os presentes à sua frente. Ele, porém, ficou aquela noite no acampamento.
Naquela mesma noite, Jacó se levantou, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau do Jaboque. Reuniu todos e fez com que passassem o ribeiro. Também fez passar tudo o que lhe pertencia. Jacó ficou sozinho, e um homem lutava com ele, até o romper do dia. Vendo este que não podia com Jacó, tocou-lhe na articulação da coxa, de modo que a junta da coxa de Jacó se deslocou, na luta com o homem. Então o homem disse:
— Deixe-me ir, pois já rompeu o dia.
Jacó respondeu:
— Não o deixarei ir se você não me abençoar.
Então o homem perguntou:
— Como você se chama?
Ele respondeu:
— Jacó.
Então disse:
— Seu nome não será mais Jacó, e sim Israel, pois você lutou com Deus e com os homens e prevaleceu.
Jacó disse:
— Por favor, diga-me como você se chama.
Ele respondeu:
— Por que você pergunta pelo meu nome?
E o abençoou ali. Jacó deu àquele lugar o nome de Peniel, pois disse: “Vi Deus face a face, e a minha vida foi salva.”
Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel. E mancava por causa da coxa. Por isso, os filhos de Israel não comem, até hoje, o nervo do quadril, na articulação da coxa, porque o homem tocou a articulação da coxa de Jacó no nervo do quadril.