Então Elifaz, de Temã, respondeu a Jó: “Você terá paciência e me permitirá dizer algo? Afinal, quem poderia permanecer calado? Você já deu ânimo a muita gente e deu força aos fracos. Suas palavras sustentaram os que tropeçavam, e você deu apoio aos vacilantes. Mas agora, quando vem a aflição, você desanima; quando é atingido por ela, entra em pânico. Seu temor a Deus não lhe dá confiança? Sua vida íntegra não lhe traz esperança? “Pense bem! Acaso os inocentes morrem? Quando os justos foram destruídos? Pelo que tenho observado, os que cultivam a maldade e semeiam a opressão, isso também é o que colhem. Um sopro de Deus os destrói; desaparecem com uma rajada de sua ira. O leão ruge e seu filhote rosna, mas os dentes dos leões jovens são quebrados. O leão feroz morre de fome porque não há presa, e os filhotes da leoa se dispersam. “Esta verdade me foi revelada em segredo, como que sussurrada em meu ouvido. Ela veio à noite, numa visão perturbadora, quando todos estão em sono profundo. O medo e o terror se apoderaram de mim e fizeram estremecer meus ossos. Um espírito passou diante de meu rosto, e os pelos de meu corpo se arrepiaram. O espírito parou, mas não pude ver sua forma; um vulto estava diante de meus olhos. No silêncio, ouvi uma voz dizer: ‘Pode algum mortal ser inocente perante Deus? Pode o homem ser puro diante do Criador?’. “Se Deus não confia nos próprios anjos e acusa seus mensageiros de insensatez, quanto menos confiará em pessoas feitas de barro! Vêm do pó e são facilmente destruídas, como traças. Estão vivas pela manhã e mortas ao entardecer; desaparecem para sempre, sem deixar vestígio. As cordas de sua tenda são arrancadas e a tenda desaba, e na ignorância morrem.”
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