2 Reis 18
18
Ezequias, rei de Judá
(2 Rs 17.5-7; 2 Cr 29.1-2; 31.1, 20-21; 32.1-19; Is 36.1-22)
1No terceiro ano do reinado de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz, tornou-se rei em Judá. 2Ezequias tinha 25 anos quando se tornou rei de Judá. Reinou 29 anos em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Abia e era filha de Zacarias. 3Ezequias fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera David, seu antepassado. 4Tirou os santuários pagãos nas colinas, derrubou os obeliscos, quebrou os vergonhosos ídolos de Achera, destruiu a serpente de bronze que Moisés fizera, pois até então o povo oferecia-lhe incenso queimado, chamando-lhe Neustan, ainda que o rei Ezequias lhes tivesse dito que não passava de uma simples peça de bronze.
5Confiou no Senhor, o Deus de Israel. Com efeito, não houve nem antes nem depois dele nenhum rei tão fiel ao Senhor. 6Manteve-se fiel ao Senhor, sem jamais se afastar dele e obedeceu aos mandamentos dados através de Moisés. 7Por isso, o Senhor esteve sempre com ele, o ajudou e o fez prosperar em tudo. Rebelou-se contra o rei da Assíria e recusou-se a servi-lo. 8Conquistou terra aos filisteus, até ao limite de Gaza e seus arredores, destruindo povoações, tanto as maiores como as mais pequenas.
9Foi durante o quarto ano do reinado de Ezequias, que correspondia ao sétimo do reinado de Oseias de Israel, que o rei Salmaneser da Assíria atacou Israel e pôs cerco à cidade de Samaria. 10Três anos mais tarde, durante o sexto ano do reinado de Ezequias e o nono do rei Oseias de Israel, Samaria cedeu e foi conquistada. 11O rei da Assíria transportou israelitas para o seu país e organizou colónias para a sua instalação na cidade de Hala e ao longo das margens do rio Habor em Gozã, assim como nas cidades dos medos. 12Isso aconteceu-lhes porque não quiseram dar ouvidos à palavra do Senhor, seu Deus, de aceitar tudo o que queria que fizessem. Ao contrário, quebraram a aliança estabelecida com Deus e desobedeceram aos mandamentos que Moisés, o servo do Senhor, lhes tinha dado.
13Mais tarde, no décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, veio combater contra todas as cidades fortificadas de Judá e tomou-as. 14O rei Ezequias pediu a paz e enviou uma mensagem ao rei da Assíria em Laquis: “Errei. Estou pronto a pagar o tributo que exigires, contanto que te retires da terra.” O rei assírio pediu então um pagamento de 10 000 quilos de prata e 1000 de ouro. 15Para juntar todo esse dinheiro, o rei Ezequias serviu-se de prata armazenada no templo e nos cofres do palácio real.
16Arrancou ainda o ouro que revestia as portas do templo, e o das ombreiras de outras portas que tinham sido revestidas com esse metal precioso, e deu tudo ao rei assírio.
Senaqueribe ameaça Jerusalém
17Contudo, este último enviou o comandante supremo do seu exército, o tesoureiro real e o mordomo da corte em Laquis, com um grande exército; acamparam junto à estrada principal, ao lado do campo das lavadeiras, perto do aqueduto do reservatório superior. 18Pediram que o rei Ezequias viesse falar com eles. Então Eliaquim, filho de Hilquias, que era o primeiro-ministro, acompanhado de Sebna, escrivão do rei, e de Joá, filho de Asafe, secretário real, formaram entre si uma comissão que saiu da cidade para se encontrar com o enviado da Assíria.
19Então o general assírio enviou o seguinte recado ao rei Ezequias:
“O poderoso rei da Assíria diz-te que és um louco ao pensares que o rei do Egito te poderá ajudar. 20Pensas que a estratégia e a valentia militares são apenas uma questão de palavras? Em quem confias para te revoltares contra mim? 21No Egito? Se te apoias no Egito, vais verificar que essa nação é como um pau que logo se quebra, quando nos apoiamos nele, e que acaba por nos perfurar a mão. O Faraó egípcio não inspira confiança alguma! 22Talvez também estejas a dizer: ‘Nós confiamos no Senhor, nosso Deus!’ Então não é esse aquele que o vosso rei insultou, deitando abaixo os seus santuários e os altares sobre as colinas, obrigando toda a gente de Judá a adorar em Jerusalém e a usar unicamente o altar do templo?
23O meu mestre, o rei da Assíria, propõe-vos o seguinte negócio: se conseguirem arranjar 2000 homens, do que ficou de todo o vosso exército, ele dá-vos outros tantos cavalos para que os montem! 24Assim, como poderás resistir a um oficial do meu senhor, mesmo que seja um dos menores, quando estás confiante que o Egito te fornecerá carros e cavaleiros? 25Além disso, julgas que vim aqui de minha própria iniciativa? Não. Foi o Senhor quem me disse: ‘Vai destruir essa nação!’ ”
26Então Eliaquim, filho de Hilquias, Sebna e Joá responderam-lhe: “Pedimos-te que fales em aramaico, porque compreendemos esse idioma. Não uses o hebraico, para que o povo que está sobre as muralhas não perceba.”
27O general assírio retorquiu: “O meu senhor não me mandou apenas para vos falar a vocês, mas também a essa gente que está em cima da muralha. É que eles estão também condenados a ingerirem o seu próprio esterco e a sua urina!”
28Logo a seguir, o embaixador levantou a voz e falou, em hebraico, ao povo que ali estava: “Ouçam o que vos diz o grande rei da Assíria: 29‘Não se deixem enganar por Ezequias; ele não será capaz de vos livrar do meu poder. 30Não lhe deem ouvidos, quando vos disser para confiarem no Senhor, e que o Senhor não permitirá que sejam conquistados pelo rei da Assíria!’
31Não ouçam Ezequias! Vejam antes o que o rei da Assíria vos oferece: Primeiro, devem trazer-me um presente em sinal de rendição e aliarem-se a mim. Depois, abram todas as portas da cidade e saiam; deixarei que cada família possua a sua própria casa com a sua videira e a sua figueira. 32Isso até que eu tenha conseguido organizar a vossa ida para uma terra muito semelhante a esta, uma terra de belas cearas e de vinho, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras e de mel, para que lá vivam e não morram. Não deixem que Ezequias vos defraude, garantindo que o Senhor vos livrará dos meus exércitos. 33Algum dos deuses das outras nações alguma vez conseguiu livrar o seu povo do rei da Assíria? 34Que foi que aconteceu com os deuses de Hamate, Arpade, Sefarvaim, Hena e Iva? Foram eles capazes de proteger Samaria? 35Qual foi o deus que, em alguma ocasião, teve poder para preservar uma nação da minha força? O que vos leva a pensar que o Senhor pode salvar Jerusalém?”
36O povo permaneceu calado e não lhe respondeu uma só palavra, pois Ezequias tinha-lhes dito para nada retorquirem. 37Então Eliaquim, filho de Hilquias, administrador do palácio, assim como Sebna, escrivão real, e Joá, filho de Asafe, o cronista da corte, voltaram para junto de Ezequias, com as suas vestes rasgadas, em sinal de profunda tristeza, e contaram-lhe tudo o que o general assírio lhes dissera.
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