ESTER 2:1-23
ESTER 2:1-23 BPT09DC
Depois destes acontecimentos e de a ira do rei Xerxes se ter já acalmado, ele ainda se lembrava do que Vasti tinha feito e da decisão que fora tomada contra ela. Então os conselheiros do rei sugeriram que se procurassem jovens formosas e virgens para Sua Majestade. Disseram também que se nomeassem comissários em todas as províncias do império, para selecionarem e levarem as mais lindas jovens ao harém de Susa, que está sob a autoridade de Hegai, o eunuco responsável pelas mulheres do rei. Lá, essas jovens receberiam tratamentos de beleza, e a que agradasse mais a Sua Majestade substituiria Vasti como rainha. O rei aprovou este parecer e mandou-o pôr em prática. Ora, naquele tempo, vivia em Susa um judeu chamado Mardoqueu, filho de Jair, da tribo de Benjamim e descendente de Simei e de Quis. Mardoqueu tinha sido deportado de Jerusalém juntamente com outros prisioneiros, quando o rei Nabucodonosor da Babilónia levou para o exílio o rei Jeconias de Judá. Mardoqueu tinha uma sobrinha chamada Hadassa, em hebraico Ester, que ele tinha criado, porque ela não tinha pai nem mãe. Considerava-a como filha, desde que ficou órfã. Ester era muito bela, de corpo e de feições. Quando a ordem do rei foi tornada pública, numerosas jovens foram levadas a Susa e reunidas no harém à guarda de Hegai. Ester encontrava-se entre elas. Hegai gostou muito daquela jovem e por isso lhe destinou imediatamente os produtos de beleza e alimentação especial e lhe deu sete das melhores empregadas da casa real, para a assistirem. Foram-lhe ainda dados os melhores aposentos do harém, para ela e para as suas empregadas. Mas Ester, por conselho de Mardoqueu, não revelou que era judia. Todos os dias Mardoqueu rondava o pátio do harém, para saber notícias de Ester e o que lhe ia acontecendo. O tratamento de beleza devia prolongar-se por um ano, incluindo seis meses de massagens com óleo de mirra e seis meses com óleo de bálsamo e outros produtos apropriados. Depois quando chegava a sua vez, cada jovem era conduzida à presença do rei. Nesse dia, ao passar do harém ao palácio, podia levar consigo tudo o que ela desejasse. Era admitida à noite, e na manhã seguinte era conduzida a um segundo harém, à guarda de Chasgaz, eunuco real, que era o responsável pelas esposas secundárias. E não voltava mais à presença do rei, a não ser que este a desejasse e a mandasse chamar. Chegou a vez de Ester ser levada à presença do rei. Ester era filha de Abiail, tio de Mardoqueu, que a adotara por filha e era admirada por todos os que a podiam ver. Ela não pediu nada de especial, além do que Hegai lhe tinha recomendado que usasse. Assim Ester foi conduzida ao palácio, à presença do rei Xerxes, no sétimo ano do seu reinado, no décimo mês que é o mês de Tebet. O rei gostou mais de Ester do que de todas as outras mulheres, e concedeu-lhe mais favores e dedicou-lhe mais afeição do que às restantes jovens. Mandou colocar a coroa real sobre a sua cabeça e fê-la proclamar rainha em lugar de Vasti. Então o rei deu um grande banquete, em honra de Ester, a todos os seus ministros e cortesãos. Foi também concedida às províncias uma redução de impostos e foram distribuídos ricos presentes. Quando as jovens se reuniram pela segunda vez, Mardoqueu estava em serviço à porta do rei. Ester, porém, ainda não tinha dado a conhecer que era judia, pois Mardoqueu tinha-lho proibido e ela obedecia, tal como sempre fizera enquanto estava ao seu cuidado. Certo dia, estando Mardoqueu de serviço à porta do rei, dois eunucos, que guardavam o acesso aos aposentos reais, revoltaram-se e tentaram tirar a vida ao monarca. Mardoqueu descobriu a conjura e fê-lo saber à rainha Ester, que por sua vez o contou ao rei, em nome do tio. A questão foi investigada e foi confirmada a culpa. Os dois foram enforcados e o caso foi escrito no livro das Crónicas, na presença do rei.