GÉNESIS 41:15-45
GÉNESIS 41:15-45 BPT09DC
O faraó disse-lhe: «Eu tive um sonho e ninguém o sabe interpretar. Ora, ouvi dizer que quando te contam um sonho, tu és capaz de interpretá-lo.» José respondeu: «Isso não depende de mim. Deus é que há de dar a resposta para bem do faraó.» Então o faraó contou a José: «Eu sonhei que estava na margem do rio Nilo. Nisto vi sete vacas gordas e de belo aspeto que saíam do rio e iam pastar por entre os juncos. Logo depois sete outras vacas saíam do rio, magras e de mau aspeto, como eu nunca tinha visto em todo o Egito. As vacas magras e de mau aspeto devoraram as sete primeiras vacas, as gordas. Mas mesmo depois de as terem comido, ninguém diria que as tinham comido, porque continuavam magras como antes. Nesse momento, acordei. Mas depois voltei a ter outro sonho. Eram sete espigas que cresciam num só pé de trigo gradas e belas. Mas logo a seguir rebentaram outras sete espigas vazias e secas por causa do vento leste. Então as sete espigas vazias engoliram as sete espigas boas. Contei isto aos adivinhos, mas ninguém foi capaz de dar uma explicação.» José disse então ao faraó: «Os dois sonhos do faraó são, na realidade, um só. Foi Deus que quis comunicar ao faraó aquilo que ele vai fazer. As sete vacas gordas representam sete anos e as sete espigas boas significam também sete anos. Fazem parte de um único sonho. As sete vacas magras e de mau aspeto, que vieram depois, são igualmente sete anos, bem como as sete espigas vazias e secas pelo vento leste. São sete anos de fome que hão de vir. É como eu disse a Vossa Majestade. Deus mostrou ao faraó aquilo que vai fazer. Hão de vir sete anos de grande fartura em todo o Egito. Mas depois virão sete anos de fome. Toda a gente se esquecerá da fartura que havia antes no Egito e a fome levará o país à ruína. Tão dura será a fome que há de vir depois que da fartura de antes não ficará nem rasto. E quanto ao facto de o sonho ter sido visto por duas vezes, significa que Deus está mesmo decidido a pôr isso em prática, muito em breve. Por isso, Vossa Majestade devia procurar um homem inteligente e sábio para o encarregar de dirigir o país. Deve igualmente nomear e estabelecer governadores pelo país, a fim de recolherem um quinto da produção do Egito, durante os sete anos de fartura. Que eles recolham todo o trigo que sobra durante estes bons anos que estão para vir e o armazenem em cada uma das cidades, às ordens do faraó, para depois alimentar o país. Assim haverá alimento em reserva para toda a gente, tendo em conta os sete anos de fome que hão de assolar o Egito. Desta forma, a fome não há de destruir o país.» O plano exposto por José agradou ao faraó e aos conselheiros. Então o faraó disse aos seus conselheiros: «Seremos porventura capazes de encontrar um homem tão inspirado por Deus como este?» Por isso, declarou a José: «Visto que Deus te deu a conhecer todas essas coisas, não há ninguém tão inteligente e sábio como tu. Ficas encarregado de dirigir o meu palácio; e todo o meu povo se submeterá às tuas ordens. Só eu serei maior do que tu, porque sou o rei.» O faraó continuou ainda: «Portanto, ficas nomeado governador de todo o país do Egito.» Ao dizer isto, tirou da sua mão o anel com o selo real e colocou-o na mão de José. Mandou-lhe vestir roupas de linho fino e colocar ao pescoço um colar de ouro. Depois convidou-o a subir para o carro destinado ao principal colaborador do faraó e ordenou que à frente dele fosse um arauto a gritar: «Prestem homenagem!» E assim José ficou nomeado governador de todo o Egito. O faraó declarou a José: «Eu sou o faraó. Mas sem a tua autorização, ninguém pode fazer seja o que for no Egito.» O faraó deu a José o nome de Safnat-Panea e deu-lhe em casamento Assenat, filha de Potifera, sacerdote de Heliópolis. Depois José saiu dali para ir percorrer todo o Egito.