JOÃO 18:13-40
JOÃO 18:13-40 BPT09DC
Levaram-no primeiramente a Anás, sogro de Caifás, que nesse ano era o sumo sacerdote. Caifás é que tinha dado o seguinte conselho às autoridades judaicas: «É melhor que morra um só homem pelo povo.» Simão Pedro e um outro discípulo seguiam atrás de Jesus. Aquele discípulo era bem conhecido do chefe dos sacerdotes e por isso entrou no pátio interior da sua casa juntamente com Jesus, enquanto Pedro ficou à porta, do lado de fora. O outro discípulo, o que era conhecido do sumo sacerdote, veio cá fora, falou à porteira e levou Pedro para dentro. Nisto, a porteira disse a Pedro: «Tu não és também um dos discípulos desse homem?» «Não sou, não!», respondeu ele. Como fazia frio, os criados da casa e os guardas tinham preparado uma fogueira e estavam a aquecer-se. Pedro juntou-se-lhes para se aquecer também. O chefe dos sacerdotes interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: «Eu falei em público a toda a gente. Ensinei sempre nas sinagogas e no templo, onde se reúnem todos os judeus, e nunca disse nada em segredo. Por que é que me perguntas isso? Pergunta antes aos que ouviram as minhas palavras. Eles sabem o que eu disse.» Quando Jesus disse isto, um dos guardas do templo, que estava presente, deu-lhe uma bofetada e disse: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?» Jesus replicou: «Se disse alguma coisa de mal, mostra onde está o mal. Mas se o que eu disse está certo, por que é que me bates?» Então Anás mandou-o preso para Caifás, que era sumo sacerdote. Simão Pedro continuava junto da fogueira a aquecer-se. Disseram-lhe os outros: «Não és tu também um dos discípulos desse homem?» Pedro negou: «Não, não sou!» Um criado do chefe dos sacerdotes, que ainda era parente do homem a quem Pedro tinha cortado a orelha, dirigiu-se-lhe também: «Porventura não te vi eu com ele no olival?» Pedro negou outra vez, e nesse instante cantou o galo. Depois levaram Jesus da casa de Caifás ao palácio do governador romano. Já começava a amanhecer e para poderem celebrar a Páscoa, os judeus não entraram no palácio, porque as suas leis o proibiam. Por isso, o governador Pilatos veio cá fora para lhes falar e perguntar-lhes: «Que acusação têm contra este homem?» Eles responderam: «Se não fosse um criminoso, não to entregávamos.» Pilatos concluiu: «Então levem-no e julguem-no segundo as leis da vossa religião.» Os judeus replicaram: «Nós não podemos condenar ninguém à morte.» Assim se estava a cumprir o que Jesus tinha dito, quando falou sobre a maneira como devia morrer. Pilatos entrou novamente no palácio e chamou Jesus: «Tu és o rei dos judeus?» Ele respondeu: «Perguntas-me isso porque tu mesmo o pensaste ou foram os outros que to disseram de mim?» «Acaso sou eu judeu?», replicou Pilatos. «O teu povo e os chefes dos sacerdotes é que te entregaram a mim. Que é que tu fizeste?» Jesus respondeu-lhe: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos teriam lutado para eu não cair nas mãos das autoridades judaicas. Mas o meu reino não é daqui.» Nesta altura, Pilatos perguntou-lhe: «Mas então sempre és rei?» Jesus respondeu-lhe: «És tu que o dizes: eu sou rei. Nasci e vim ao mundo para dizer o que é a verdade. Todos os que vivem da verdade ouvem aquilo que eu digo.» Pilatos perguntou-lhe ainda: «Mas que é a verdade?» Depois de fazer esta pergunta, Pilatos saiu outra vez do palácio para falar com os judeus: «Não encontro nenhum motivo para condenar este homem! É vosso costume que eu vos solte um preso todos os anos por altura da festa da Páscoa. Não querem que vos solte este ano o rei dos judeus?» Eles gritaram: «Não, esse não! Solta-nos Barrabás!» Ora Barrabás era um criminoso.