SALMOS Introdução
Introdução
O livro dos Salmos, cujo título deriva do que lhe foi dado na antiga tradução grega, Psalmoi (poemas para serem cantados com música instrumental), é uma recolha de cento e cinquenta orações poéticas, usadas no culto a Deus pelos israelitas. A numeração indicada entre parêntesis é a da antiga tradução grega, na qual os salmos 9 e 10 são considerados como um só e o salmo 147 é dividido em dois.
Embora só 73 dos salmos sejam atribuíveis a David, todo o conjunto dos 150 é popularmente conhecido por Salmos de David. Os restantes 77 foram compostos por vários autores, cujos nomes vêm referidos: 12 de Assaf, 11 dos filhos de Corá e outros de Heman, Jedutun, Moisés e Salomão; 35 não têm atribuição de autor.
Os salmos são de várias categorias: hinos de louvor e adoração a Deus, cânticos sobre a majestade divina; súplicas por proteção, ajuda e salvação; expressões de arrependimento, confissão de culpa e pedidos de perdão; cânticos de gratidão pelas bênçãos divinas, cânticos de Sião; e petições para que os inimigos sejam castigados. Alguns salmos são orações de caráter pessoal que expressam sentimentos íntimos; outros representam os sentimentos de todo o povo de Deus.
Ao longo dos tempos, os Salmos têm sido um dos livros mais populares da Bíblia, pela sua ampla utilização em cultos e na composição de hinos e cânticos de louvor, tanto por judeus como por cristãos. Jesus cantou salmos (Mateus 26,30; Marcos 14,26) e citou vários salmos no seu ensino (Marcos 15,34; Lucas 23,46). Tal como no resto do Antigo Testamento, há nos Salmos uma prefiguração de Cristo, o Messias, do seu sofrimento (Salmos 22; 69) e da sua ressurreição e glorificação (Salmos 16; 110; 118). No Novo Testamento há mais de cem citações do livro dos Salmos.
Aquilo que mais contribui para a sua popularidade é o facto de ser um livro com o qual se tem uma relação pessoal. Em nenhum outro livro bíblico, como neste, se revela o ser humano universal, enquanto indivíduo ou membro de uma coletividade, na mais variada gama de emoções e crises existenciais, comuns a seres humanos de todos lugares e tempos. Nele encontramos a perplexidade perante o sentimento de injustiça social e a prosperidade dos maus; a angústia em situações de provação, o desespero da depressão, a ansiedade e o medo do futuro; a saudade da terra natal, no meio do exílio, ou a sensação de desamparo por parte de Deus. Salmos constitui ainda um testemunho da relação do homem com o divino: o divino que a alma humana anseia por adorar, o divino que ora se sente como estando longe, ora como estando perto, ora aparentemente ausente e indiferente, ora profundamente interessado e implicado no bem-estar do homem.
É pela universalidade deste livro, onde cada ser humano pode encontrar a figuração de uma situação que se assemelhe à sua, que gerações de leitores têm buscado e achado consolo emocional e motivo inspirador da devoção pessoal a Deus.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Livro primeiro: salmos 1—41.
— Livro segundo: salmos 42—72.
— Livro terceiro: salmos 73—89.
— Livro quarto: salmos 90—106.
— Livro quinto: salmos 107—150.
Atualmente selecionado:
SALMOS Introdução: BPT09DC
Destaque
Partilhar
Copiar
Quer salvar os seus destaques em todos os seus dispositivos? Faça o seu registo ou inicie sessão
Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal