15 Dias na carta aos GálatasExemplo

A palavra “lei” era muitas vezes utilizada para falar do Velho Testamento como um todo. Então Paulo usa uma estratégia contra o próprio raciocínio dos falsos mestres em Gálatas, que ensinavam que para serem considerados filhos de Abraão tinham de obedecer a toda a lei de Abraão. E vai buscar a própria história de Abraão, que ao aguardar pela promessa, decide usar de meios próprios para a cumprir, engravidando a sua escrava, em vez de esperar pelo cumprimento através da sua mulher Sara, ficando Abraão com dois filhos, um da escrava, e mais tarde um de Sara.
Paulo usa de uma alegoria para explicar a sua ideia: as duas mulheres, Agar a escrava e Sara a mulher livre, representam duas alianças. Uma aliança deriva do Monte Sinai (atual Jerusalém) e dá à luz filhos destinados à escravidão. A segunda aliança, faz referência à “Jerusalém que é de cima”.

Agar corresponde à Jerusalém que agora é: pois ela está em cativeiro com os seus filhos, representando o sistema judaico. É esta Jerusalém, aqui personificada, que “é escrava com seus filhos” Em oposição à “Jerusalém que agora existe”, Paulo coloca a Jerusalém que está acima. Esta é a Jerusalém celestial, considerada o verdadeiro lar dos crentes em Cristo. Esta Jerusalém, em marcante contraste com a Jerusalém terrestre, não está sob a escravidão da Lei, mas é livre. Ou seja, está sob o domínio da graça. Ao chamar a Jerusalém celestial de nossa mãe, Paulo sugere que é dessa fonte que deriva a nossa vida. Assim como a Jerusalém terrestre era a metrópole do Judaísmo, a Jerusalém celestial é a metrópole do Cristianismo.

Nós, que somos crentes em Cristo, não somos filhos de uma serva, mas da mulher livre. A ideia é que aqueles que são pessoas de fé não pertencem a uma comunidade escrava dos estatutos legais, mas a uma comunidade cuja relação com Deus é de filhos e herdeiros. Se o Evangelho é verdadeiro, não interessa quem é que é ou era. O maravilhoso da liberdade que nós podemos encontrar em Cristo, é que Deus estende a Sua graça a todos!