Quem És Tu, Cristão?Exemplo

Não é fácil amar quem nos ama. Por muito deselegante e feio que seja admitir, a verdade é que é fácil responder com ódio àqueles que nos amam. Tratar um filho com ira, o nosso cônjuge com indiferença, os nossos pais com ingratidão, servir a nossa igreja com as sobras da nossa profissão e hobbies. A lista podia continuar, mas o ponto é o mesmo: por muito que nos custe admitir, é fácil respondermos ao amor com ações ou palavras de ódio.

Mas, no sermão do monte, não é este o ponto que Jesus está a fazer. Antes pelo contrário. Diz Jesus: “Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?”. Por outras palavras, “amas quem te ama? Que bom para ti, mas amar como eu amo não fica por aí”. Se é difícil para nós amarmos como os publicanos – quem nos ama – imaginem amar quem não nos ama. Pior ainda, imaginem amar quem nos odeia e nos quer fazer (ou fez) mal.

Um pouco antes no mesmo sermão, dizia Jesus: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.” Às vezes até começamos a percorrer esta milha de amar e perdoar os nossos inimigos e amigos, mas é tão difícil percorrê-la até ao fim. Perdoar, e não guardar ressentimento nem maldizer. E, ainda por cima, agir com amor com quem nos fez mal! Até com quem nos faz essencialmente bem e de vez em quando faz mal nós temos dificuldade em fazer isto.

Percorrer uma segunda milha desse amor sacrificial parece-nos uma tarefa impossível. E é. Mas foi assim que Jesus nos amou, quando éramos ainda os Seus inimigos – até ao fim. E é com a capacidade d'Ele, e não a nossa, que podemos amar assim também. Até ao fim.