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A REDE QUE TRAZ TODOS OS TIPOS DE PEIXE

Consegue imaginar a cena de um pescador que lança a rede e pula no mar a fim de colocar dentro dela os peixes que ele deseja que ali estejam? Parece uma cena improvável, mas é exatamente isso que muitas vezes fazemos. Lançamos a rede e queremos administrar quais serão os peixes que ali entrarão.

Jesus fala aqui sobre a pesca com rede de arrastão ou varredura. Nós a chamamos de “arrasto”. A rede de arrasto pode ser encontrada na forma de um funil ou saco. É, em geral, grande e quando os pescadores a puxam, ela traz tudo o que encontra no seu trajeto: peixes, crustáceos e se for o caso, até sujeira.

As lições encontradas nessa parábola de Jesus são muitas. Vamos tentar elaborar algumas delas.

É MISSÃO DA IGREJA PREGAR A TODOS

A graça de Deus busca a todos e é oferecida a todos. Por isso todas as pessoas cabem na rede. Devemos lançar a rede, não uma rede pequena, mas sim uma rede de arrasto. Devemos falar de Jesus a todas as pessoas que conseguirmos. Nossa missão é falar de Jesus Cristo a todos! Não pescamos no aquário, pescamos no mar!

A REDE TRAZ TODOS OS TIPOS DE PEIXE

Não se pode separar os peixes durante a pesca, apenas ao final dela. E quando é o final da pescaria? O próprio texto diz: “Assim será no fim dos tempos. Os anjos virão, separarão os perversos dos justos e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.”

Estamos no meio da pescaria. Não cabe a nós separarmos os peixes, mas sim receber os peixes. Estamos arrastando a rede e a rede está trazendo todo tipo de gente. Não sabemos quais são os peixes bons e os ruins. E não cabe a nós declararmos quem pode ou não ficar. Cabe a nós simplesmente ajudarmos as pessoas a amadurecerem na fé, a amarem a Jesus e a obedecerem aos mandamentos. O bem e o mal ainda estarão presentes, mas uma separação final ocorrerá. E nós não faremos essa separação, mas sim Deus o fará, pois só Deus sabe distinguir os verdadeiros dos falsos.

E QUE TIPOS DE PEIXE VIRÃO?

O texto fala em peixes bons e ruins. “Bom” é tradução de ‘kalos’ cujos significados são: bonito, gracioso, excelente, precioso, proveitoso, genuíno. Por outro lado, a palavra “ruim” é tradução de ‘sapros’ cuja tradução é “apodrecido, de qualidade pobre, impróprio para uso”. Na igreja, temos esses dois tipos de peixe. E nós sempre os teremos. A igreja é uma comunidade formada por todos os tipos de peixe. E para não termos dúvida disso, Jesus deixou outra parábola – a do joio e do trigo que nascem juntos – para fortalecer a mesma ideia (Mateus 13:24-46).

Nós nem conseguimos distinguir os peixes bons dos ruins, e é por esse motivo mesmo que a verdadeira igreja só Deus vê. Então, deixemos que Deus faça o que só Ele pode fazer, que é separar. E a nós cabe puxar a rede e trabalhar com todos.

É possível que venham…

- Peixes dóceis, amáveis, que amam a Bíblia e oram com fervor.

- Peixes difíceis, duros de lidar, que não querem sequer ler a Bíblia ou orar.

- Peixes que servem, que trabalham com compromisso.

- Peixes que só querem ser servidos.

- Peixes que aparentemente já estão prontinhos, não há muito a fazer por eles.

- Peixes totalmente sujos, com impurezas, que precisam ser limpos com cuidado.

Na igreja, recebemos todos. Amamos todos. Servimos todos.

A SEPARAÇÃO DOS PEIXES BONS E RUINS SERÁ FEITA POR DEUS

Quando saberemos quais são os peixes bons e os ruins? No final dos tempos. Quem fará essa separação? Os anjos. E qual o destino dos peixes ruins? O inferno.

Essa separação não somos nós que fazemos. Nós não colocamos ninguém no céu ou no inferno. Nós trabalhamos com critérios muito complicados, pois nós só vemos o exterior, não conseguimos ver o interior. Então, não queiramos fazer o que Deus fará. Nos dediquemos a obedecer à Palavra e a ajudar as pessoas.

Como essa separação será feita por Deus, cabe a nós estarmos abertos a todos que desejam entrar, sem discriminação ou preconceitos, pois, afinal, os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.” (Lc 5.32). O evangelho é uma mensagem de salvação gratuita que deve ser proclamada a todos que necessitam de salvação.