Criando filhos emocionalmente inteligentesExemplo

Ajudando seu filho a desenvolver a obediência 

Como é difícil sermos equilibrados, não é mesmo? Não sei se sou a única, acredito firmemente que não, mas tem dias em que consigo educar meus filhos sem culpa, com firmeza e com amor. Outros dias, a culpa me leva a ser permissiva com algum comportamento inadequado. Em outros, o autoritarismo toma conta através de gritos ou de atitudes impacientes. No entanto, não devemos desanimar. Juntamente com o desenvolvimento infantil há o desenvolvimento de um pai e uma mãe tentando acertar, e a chave é realmente conseguirmos ter o equilíbrio para que sejamos assertivos como pais, nem pendendo para a permissividade e nem para o autoritarismo. Mas, como ter autoridade sem ser autoritário? Como não ser autoritário sem ser permissivo?

Levando em consideração que crianças estão em formação – de caráter, de inteligência, de controle emocional – nós, pais, devemos ser seu norte. Eles precisam ser orientados e precisam de regras porque sozinhos serão levados pela imaturidade e inconstância da emoção. Crianças que tiveram pais permissivos (que as deixaram fazer o que queriam), geralmente se tornam adultos ou inseguros ou imaturos, incapazes de lidar com as frustrações e os "nãos" da vida. Crianças que tiveram pais muito repressores, ditatoriais, autoritários, que eliminaram a liberdade que cabia à criança durante sua infância ou adolescência podem se tornar rebeldes, aversos a regras, ou deprimidos e tratando a si mesmas com desvalor.

Por isso, a educação dos filhos envolve o desenvolvimento do vínculo afetivo paralelamente com a orientação de regras claras e firmeza quanto àquilo que você acredita que seja o correto. Se seu filho se sentir amado, não se sentirá oprimido por suas regras. Isso não significa que, se ele se sentir amado, não vá ficar chateado, contrariado ou irritado ao obedecer quando não gostaria. Mas você poderá ficar tranquilo porque sabe que não apenas exige de seu filho, mas também oferece a ele VOCÊ, seu tempo, sua companhia, seu afeto. Se não oferece, comece a oferecer. Ele precisa de você.

Por mais que seja importante desenvolvermos companheirismo com nossos filhos, temos que ter em mente que amigos eles terão ao longo da vida, e o que eles precisam de nós é que sejamos pai e mãe. 

Certo dia, após disciplinarmos nosso filho de 5 anos por uma série de desobediências e afrontas, ele olhou no fundo dos nossos olhos e disse: "Também, vou riscar o nome de vocês da lista dos meus amigos. Vocês não serão mais meus amigos, e não vou chamá-los para o meu aniversário, e nem vou dar presentes para vocês no dia do aniversário de vocês!" E, olhando bem nos olhinhos dele, eu disse em tom de voz firme e com amor: "Filho, eu e papai não nos importamos de não estarmos em sua lista de amigos, porque nós não somos amigos, nós somos em primeiro lugar seu pai e sua mãe. Vamos te amar para sempre, por mais que nos risque da sua lista de amigos, mas enquanto você for nosso filho e morar com a gente, nossa casa tem regras, e somos nós que ditamos quais são elas." Os olhinhos dele olharam espantados para mim, como que surpresos por não me importar com o fato de provavelmente não sermos convidados para o aniversário dele! Mas, depois dessa frase, ele se calou, obedeceu e foi dormir. 

Mais importante do que você ter a aprovação do seu filho, é você ter o respeito dele por você. Respeito e amor andam juntos. E ele aprenderá a amar você à medida que também aprender a respeitá-la. Peça a Deus que a ajude a desenvolver em seu filho o respeito por você, a obediência e, consequentemente, o amor.