ADORAR É...Exemplo

 ADORAR NEGAR-SE A SI MESMO

Ser um artista cristão neste mundo antropocêntrico não é nada fácil! Em meio aos apelos por autopromoção, vaidade e egocentrismo, Deus nos  convida a não nos conformarmos com essas coisas, moldando e transformando nossas mentes à sua vontade (Rm12.2).

Nossa cultura exalta o artista, chegando a idolatrá-lo e, essa postura é avessa aos propósitos de Deus para a arte e o artista no mundo. A grande verdade é que, se possuímos alguma aptidão ou talento artístico, é porque aprouve ao Senhor, o maior de todos os artistas, compartilhar com os seres humanos algumas pinceladas de sua capacidade criativa. Possuímos pequenos fragmentos dessas habilidades divinas, entregues a nós no ato da criação, quando Ele nos esculpiu à sua imagem.

Como artistas e cristãos, precisamos nos opor a essa inversão de valores, pois enquanto nossa cultura exalta a criação, nós destinamos toda honra e glória ao criador, pois estamos conscientes de nossa inabilidade e imerecimento.

O desejo de ser aplaudido e elevado à categoria de “estrela” não cabe ao artista cristão. Se, por causa da bênção de Deus, algum de nós chegar a alguma proeminência e reconhecimento, devemos sempre revelar a real motivação e fonte de capacitação. Nossa função é trazer a beleza de Deus ao mundo, e não difundir nossa tênue imagem.

Se, na atividade artística secular precisamos exercer uma postura de humildade e serviço, quanto mais no trabalho da igreja devemos ser exemplos de como um artista cristão deve portar-se. Apesar de não incentivarmos a idolatria, nossa cultura está impregnada nas mentes de todos, por isso, quando subimos ao altar para entregar nossa adoração através da arte automaticamente somos colocados um degrau “acima” dos demais assistentes. Há dois perigos nesta situação. O primeiro é acreditarmos que o “glamour” do mundo é aceitável no reino de Deus e acabarmos nos seduzindo pelo status e alimentando nossa vaidade. Não há espaço para essa postura no serviço do reino.

O segundo é negligenciarmos a posição de proeminência atribuída a nós achando que nossa vida não influencia os demais irmãos. Se estamos em certo destaque, nossa responsabilidade é muito maior, pois “a quem muito é dado, muito lhe será cobrado” (Lc 12.48).

Que Deus nos ajude a nunca cairmos nas ciladas de nossa cultura, e a termos uma mente transformada, para o louvor da sua glória!