Dia de ação de graças

Os historiadores têm perspectivas diferentes em relação às primeiras celebrações do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Mas há alguns detalhes que sabemos com certeza que são verdadeiros. Sabemos que a jornada dos peregrinos da Holanda à Inglaterra e ao Novo Mundo foi terrivelmente difícil. Doenças e tempestades foram suas companheiras frequentes na árdua viagem de semanas. Sabemos que, uma vez que eles chegaram, a tarefa de entalhar moradias na floresta com rapidez suficiente para conter os efeitos do avanço do inverno foi uma corrida perdida contra o tempo. Quase metade dos que fizeram a viagem não sobreviveu à estadia. Os peregrinos certamente construíram mais sepulturas do que cabanas.

E, ainda assim, com a sobrevivência estrita na ordem de cada dia, e com o temor por suas famílias — uma preocupação que consome tudo —, seus escritos e sua história registrada estão repletos de demonstrações e atitudes de agradecimento.

Todos os domingos — desde o primeiro desembarque do Mayflower até os anos subsequentes de sua pequena colônia, em tempos de vacas magras, bem como de relativa abundância — eles se reuniam para oração, meditação, canto de hinos e um sermão. Era uma prática regular parar e agradecer a Deus no início de cada semana.

Embora tendo que se restringir a porções racionadas quando o estoque de suas colheitas se mostrava insuficiente para os primeiros longos invernos, William Bradford comentou que eles estavam aprendendo pela experiência “a verdade da palavra em Deuteronômio 8.3 — que o homem não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor”.

E quando os anos começaram lentamente a trazer uma abundância renovada de colheitas, em vez de dizer a Deus que eles poderiam se virar muito bem sozinhos dali em diante, Edward Winslow escreveu: “Tendo esses muitos sinais do favor e [aceitação] de Deus, achamos que seria uma grande ingratidão se secretamente nos contentássemos com ações de graças particulares. [...] Portanto, outro dia solene [referindo-se a um dia de oração e jejum que eles haviam observado no início do verão] foi estabelecido e designado para esse fim; um dia no qual devolvemos glória, honra e louvor, com toda a gratidão ao nosso Deus que lidou conosco de forma tão graciosa”.

Que exemplo maravilhoso esses primeiros peregrinos dão de escolher a gratidão em tempos de fartura e em tempos de necessidade!

Adaptado do livro Escolhendo a gratidão: sua jornada para a alegria, Vida Nova.