Os Profetas - JonasExemplo

A Fuga.

Na década de noventa eu era um fugitivo, não das leis ou do governo, mas de Deus. Desde criança, meus pais me informaram que eles haviam me dedicado ao Senhor para servi-Lo como um pastor, a fim de cuidar de vidas e pregar o evangelho. Essa dedicação que fizeram, envolveu um voto feito pela minha mãe. Mamãe teve uma experiência muito dolorosa com o nascimento do primeiro filho. Por uma negligência médica, meu irmão chegou a este mundo sem vida. Depois de muito sofrer com essa situação, outra bomba chegou: uma junta médica afirmou que ela não poderia ter mais filhos. Meu pai não se conformou com a notícia, e assim, buscou ajuda com outros médicos. No entanto, tudo foi confirmado. Depois de algum tempo, como era de seu costume, minha mãe pegou a sua Bíblia e abrindo-a leu a história de Ana, em 1 Samuel. Aquela passagem encheu o seu coração de fé a ponto de fazer uma ousada oração: “Senhor se tu me deres um filho, eu o entregarei a Ti para que possas usa-lo na pregação da Tua Palavra.” Em dois meses, tudo o que os médicos disseram caiu por terra. Ela estava grávida. Naqueles dias, ninguém entendia nada, mas ela e meu pai sabiam da operação milagrosa de Deus e do voto de minha mãe. Ao completar o ciclo normal da gravidez, meus pais e toda família me deram as boas vidas.

Cresci ouvindo os meus pais sobre o compromisso assumido de entregar-me ao Senhor. Nesse contexto e desde a mais tenra idade, comecei a observar a vida de alguns pastores. Dizia a mim mesmo: “de modo algum eu quero o ministério. Quando crescer, vou ser empresário e ganhar muito dinheiro, mas pastor, nunca o serei". Como criança, ingressei nos estudos tal qual a maioria dos meninos e meninas do meu bairro e levava uma vida que podia ser chamada de normal. Frequentava uma igreja cristã evangélica da denominação batista e participava com alegria da escola bíblica e de outras atividades da igreja. Quando jovem, continuei os estudos, mas também trabalhava visando sempre ganhar um bom dinheiro. A vida seguia normalmente e chegou o tempo do matrimônio. Casei-me, tive filhos, mas nunca havia esquecido do voto que minha mãe fizera. Vez por outra aquilo vinha à minha mente, mas eu estava em fuga. Não queria, de modo algum, o ministério. Tentei negociar com Deus: “Senhor, eu prego, ensino, mas o ministério não, meu Pai”. Eu estava resistente à vontade de Deus, mas em todo o tempo, o meu coração teimoso ardia em brasas.

Naquela época eu não estava dizendo a Deus: "não vou fazer isso", mas estava dizendo: "não quero fazer isso". Estava correndo como um fugitivo, até que um dia me senti jogado ao mar revolto. Foi naquele momento, depois de uma experiência extremamente complicada, que me rendi totalmente ao Senhor. Talvez você também esteja em fuga. Talvez você esteja fugindo de um casamento difícil, de uma conversa improvisada ou de seu próprio chamado. Fiz essa pequena introdução à nova serie, contando de forma bem resumida a minha fuga. O Antigo Testamento também registra a história de um fugitivo chamado Jonas. Quando as pessoas leem o livro que leva o seu nome, às vezes, ficam focadas no que estava acontecendo dentro do peixe, mas uma história melhor é o que estava acontecendo dentro de Jonas. Finalizando, se você ler com atenção o livro de Jonas, verá que o seu nome não é o nome mais mencionado nos quatro capítulos que abrangem o livro. Também não o é, o nome da cidade para onde ele foi enviado, nem o seu povo ou até mesmo a menção do grande peixe. O mais destacado no livro, é Deus. Nesta fantástica história, meu propósito é evidenciar o Deus que fez os céus e a terra e a Sua misericórdia persistente e interminável. Assim sendo, não perca os próximos episódios.