Advento: de Onde Brota a EsperançaExemplo

Mais Vivos do que Já Fomos

Há alguns dias, eu estava sentada numa sala de aula com aproximadamente 45 pessoas, enquanto ouvíamos sobre composição e reprodução de células. Palavras como DNA, RNA, membrana plasmática e toda sorte de termos científicos ressoavam naquelas horas de concentração.

Cada célula estudada podia ter funcionalidades e substâncias diferentes e variadas, e conforme estudávamos essas particularidades, uma questão soava numa frequência cada vez mais alta aos meus ouvidos e incomodava meu coração:

“Como tudo aquilo poderia acontecer de forma harmônica e perfeita sem um Criador? Como a vida é possível a cada átomo, célula, órgão e sistema de nosso organismo, sem que alguém atribuísse isso a nós?”.

Não bastaria trazer à existência, teria de ser multiplicado, desenvolvido, aperfeiçoado e cuidado por alguém que realmente conhecesse cada canto do ser humano.

Toda essa riqueza precisa de um propósito, precisa de algo além de sobrevivência. Precisa de vida. De vida no seu sentido mais profundo, perfeito e abundante.

Desejo não decepcionar você ao dizer que esse significado de vida não será encontrado em algum artigo científico ou num podcast de longas horas feito pelos especialistas da internet.

O significado real de vida, que abarca todas as suas complexidades, está na fala do próprio Deus-homem, Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

Soaria presunçoso demais caso não tivesse vindo daquele que tudo criou (Jo 1.3). Ele vestiu-se de humanidade, carne e osso, e adotou nossa vida. Ou melhor: um conjunto de células como as nossas, com as mesmas fragilidades e dores da vida encarnada, mas em plena santidade. Tudo para que o conhecêssemos.

Jesus deu sua própria vida, e esse é o ponto paradoxalmente assombroso dessa história. A morte dele numa cruz nos trouxe a vida que precisamos para dar sentido a tudo que somos, desde a planta dos pés até o último fio de cabelo. Sua ressurreição nos traz a esperança de que não teremos um fim com a morte, mas que o encontraremos transformados e vivos.

Mais vivos do que jamais fomos.

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Texto: Letícia Minervino

Arte: Pedro dos Anjos

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