Perdoar: por que devo e como posso?Exemplo

Não há futuro sem perdão

Ao falarmos de perdão, podemos citar três modelos. O modelo “graça barata” do perdão foca exclusivamente em cura emocional interior para a vítima, para que ela possa “superar o trauma e seguir adiante”, mas acaba livrando o transgressor de qualquer responsabilidade. Os modelos de graça mínima e graça inexistente querem basicamente vingança, o que pode levar a ciclos sem fim de retaliação e vingança entre a vítima e o transgressor. Esses modelos seculares carecem da motivação transformada trazida pela dimensão vertical. A experiência do perdão divino traz cura profunda. É alicerçada em uma visão, baseada na fé, do sacrifício custoso de Jesus para nosso perdão. A experiência do perdão de Deus nos lembra de que somos pecadores necessitados de misericórdia iguais a todo mundo, mas também enche o cálice do nosso coração com seu amor e afirmação. Isso torna possível perdoarmos o transgressor e conversarmos com ele a fim de encontrar justiça e reconciliação, se possível. No entanto, não fazemos isso para nosso próprio benefício, mas por causa da justiça, por causa de Deus, por causa do transgressor e por causa das futuras vítimas. A motivação é transformada de maneira radical.

A nossa sociedade não consegue viver sem perdão. Se o perdão estiver ausente, os resultados serão horríveis. Estamos mergulhados em pequenas ofensas, decepções e feridas não intencionais, sem falar das maneiras deliberadas em que as pessoas nos ofendem minimamente todos os dias. Ninguém consegue viver a não ser que aprenda quando perdoar em silêncio, quando falar sobre a ofensa e quando perdoar mesmo que a outra pessoa mostre-se relutante a admitir seu erro. Não podemos amar sem perdoar, nem viver sem o perdão.