E Se Der Medo?Exemplo

A gente que lute!

A primeira vez que ouvi a expressão ‘a gente que lute’, achei engraçada, porque sugere um esforço corajoso para vencer uma situação adversa. As lutas de hoje são bem diferentes das que o povo de Israel enfrentou e que estão relatadas na Bíblia. A gente morre de medo não mais de reis poderosos e exércitos, mas de gigantes como a depressão, desemprego, falta de horizontes, conflitos e crises.

As batalhas do povo de Israel podem deixar a impressão que tudo era fácil para ele. Diante da guerra, bastava perguntar para Deus e Ele respondia se a vitória estava garantida. Havia tanta confiança que Moisés chegou a declarar: “Nenhuma cidade tinha muralhas fortes o suficiente para nos deter, pois o Senhor nosso Deus, nos entregou tudo.” (2.36)

Mas fácil não era. Um manual de estratégia militar diz que as capacidades das nações na guerra e na paz baseiam-se nos seus recursos naturais e industriais, na sua estabilidade política e demografia, no caráter e vigor das suas populações, nas suas forças armadas, nos seus progressos científicos, na sua topografia e infraestruturas. Israel não tinha nada disso, já que havia passado quatrocentos anos em escravidão. Ou seja, um bando sem preparo, que ‘só’ tinha o Seu Deus. Mas como esse povo venceu exércitos poderosos?

Grande parte do Antigo Testamento é sobre esses enfrentamentos. Quem sou eu para interpretar todos os propósitos divinos, mas uma coisa é certa, a saga daquela gente é uma metáfora do relacionamento pessoal com Ele, marcada por feitos milagrosos e tropeços horrorosos. A gente se vê nessa história.

Em cada episódio o caráter fiel de Deus está presente. Em um deles, o povo se dirigiu a Basã, um planalto fértil e arborizado, famoso por seus carvalhos e rebanhos de gado, em que viviam guerreiros temidos. O medo dos espias parecia justificado. Moisés deu detalhes dessa ‘aventura’ para mostrar que as vitórias eram devidas ao poder de Deus tão somente. O poderoso rei Ogue, por exemplo, tão grande que dormia em uma cama com quatro metros de comprimento, foi derrotado. Na mesma ocasião sessenta cidades fortificadas, com muralhas altas e portões com trancas, foram tomadas, além de outros povoados sem muros.

O que isso tem a ver com as minhas e as suas lutas hoje? Elas são parecidas com as de Israel porque mostram a fidelidade de Deus. Ele quer que as batalhas sejam encaradas com isso em mente. Elas ensinam que todo o preparo que a gente pensa ter pode ser inútil. Deus quer mostrar que as vitórias não virão por estratégia ou habilidade, mas pelo poder dEle.

Então, a gente que lute, com a certeza de que a vitória vem de Deus, não importa o tamanho dos inimigos!

Wilson Avilla