Sem Medo!Exemplo

Vergonha alheia de Deus

Quando penso na história de Israel tenho duas reações distintas - sinto vergonha alheia de Deus e vejo semelhança no meu relacionamento com Ele. Essa insistência em ser misericordioso constrange. Vergonha alheia é uma atitude empática, mas não menos absurda. Quem eu sou eu para ter vergonha alheia de Deus?

Jeremias foi um dos profetas que falou sobre o destino de Israel e Judá, sem floreios: “Em toda a história, nunca houve uma ocasião de tanto terror; será um tempo de angústia para Israel. No final, porém, ele será resgatado!” (Jeremias 30.7) Com essa mensagem assustadora, era preciso encorajar, e foi o que Deus fez: “Portanto, não tenha medo, meu servo Jacó; não desanime, ó Israel [...] Israel voltará a ter uma vida de paz e sossego, e ninguém o assustará.” (Jeremias 30.10).

Deus é juiz de tudo e todos. Seu julgamento, profetizado por Jeremias, não se restringiu à Babilônia, alcançará todas as nações. O justo governo do Messias, da linhagem do Rei Davi, não se dará por meios humanos, será de realeza compatível com sua natureza, descrita com um título tão elevado como faraó, césar, czar, em linguagem humana.

Em outras palavras, apesar de toda a destruição e desolação, a mensagem era de encorajamento porque Deus continuaria sendo misericordioso. A mesma mensagem continua soando com a voz confortadora de Cristo, e com a mesma insistência em buscar quem está perdido e sem merecimentos.

Os movimentos ‘estranhos’ dele são em nosso favor, para libertação de tudo que nos escraviza, tanto quanto eram para as pessoas que passaram pelas privações do exílio. Deus não tem interesse em nos destruir, simplesmente porque nos ama. Isso deve ser lembrado especialmente quando nossas lutas parecem ser maiores do que forças e recursos. Sua justiça é muito superior a qualquer bom senso humano, e não opera somente para o nosso bem, mas para o bem em sentido final de tudo que Ele criou. Seu amor não acontece porque somos bons, mas porque sua capacidade de amar vai muito além do que podemos compreender.

São comoventes as homenagens de gratidão de filhos que, em cerimônias de formatura, reconhecem o sacrifício de seus pais, em geral gente humilde. São filhos agradecidos que não têm vergonha de seus pais porque conhecem a linguagem do amor e respondem a ela.

Não tenha medo! Deus pode parecer assustador quando julga, mas seu amor e misericórdia continuam sendo derramados sobre nós. Não deixe que sua mente seja enfraquecida pelo desânimo. Não desista por falta de esperança. Continue crendo que o grande interesse de Deus é restaurar todas as coisas. Ser for para ter vergonha, que seja da nossa incapacidade para responder adequadamente ao amor divino que nos constrange.

Não tenha medo!

Wilson Avilla