O BOM PASTOR, É...Exemplo

O BOM PASTOR GARANTE "DISTINÇÃO"

“Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda” (Salmo 23.5).

Agostinho escreveu “De Civitate Dei”, obra que trata da questão da Cidade de Deus e da cidade terrena. Na obra, Agostinho faz distinção entre as pessoas que fazem parte da cidade de Deus, daquelas que são cidadãos da cidade terrena. Ele faz uma separação, mostrando que, mesmo nessa atual dispensação as duas cidades caminham se entrelaçando uma à outra, mas em conflito; contudo, Deus trata a sua santa semente de forma especial. Aqueles que pertencem ao povo de Deus são tratados de forma distinta e no fim serão vitoriosos.

Davi usa três figuras para descrever o tratamento especial que ele recebia de Deus: “preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários”, “Unges-me a cabeça com óleo” e “O meu cálice transborda”.

Davi mostra que o pastor agora é um bom anfitrião, que prepara para ele um grande banquete na presença dos seus inimigos. Davi está afirmando com essa metáfora que ele é tratado com distinção. Quando lemos o relato das pragas enviadas por Deus sobre o Egito, por três vezes podemos ler que Deus fez distinção entre os filhos de Israel e os Egípcios: “Naquele dia, separarei a terra de Gosen, em que habita o meu povo, para que nela não haja enxames de moscas, e saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra. Farei distinção entre o meu povo e o teu povo. Amanhã de dará este sinal” (Êxodo 8.22-23).

Jesus Cristo afirmou: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda” (Mateus 25.31-33).

Existem apenas duas portas, dois caminhos, dois senhores e dois destinos eternos. Davi é muito claro em afirmar que ele faz parte do grupo que é tratado com distinção positiva. Ele faz parte da mesa do banquete, é ungido de Deus e tem o seu cálice transbordando. Ele faz parte do grupo das ovelhas.

Davi tem plena consciência que recebeu graça da parte de Deus. É Deus quem prepara o banquete, é Deus quem unge sua cabeça com óleo, e é Deus quem mantem seu cálice cheio. Tudo isso é símbolo da obra de Cristo na cruz do calvário. O seu sangue é o cálice da nova aliança. Aquele que está em Cristo é tratado com distinção, tem o selo do Espírito Santo, é filho de Deus, amigo de Jesus. É salvo pela graça.

Carlos Henrique