Renovação da Mente & Identidade EspiritualExemplo

Consagrar-me a Deus, oferecendo meu corpo e minha mente a seu serviço, é uma ação que pressupõe uma decisão, e é um aspecto positivo. Mas as coisas não terminam na consagração.

A consagração é apenas o começo de um processo mais amplo de renovação da mente e de transformação espiritual. E é importante notar que talvez muitos crentes errem e tenham a sua caminhada um tanto dificultada por não entenderem esta verdade fundamental. “Já estou consagrado a Deus”, pensam eles, e por isso, agora imaginam estar de posse de uma nova identidade e desfrutarem da autoridade espiritual. Mas a verdadeira identidade espiritual e o exercício da autoridade não virão, de forma legítima, sem o processo completo que envolve a renovação da mente.

O próximo passo neste processo, nesta caminhada de transformação, agora já não é mais positivo, mas negativo. Como vimos, o aspecto positivo diz respeito à consagração a Deus. O segundo aspecto, o aspecto negativo, é não se ajustar ao padrão do mundo.

“Era” é a palavra que Paulo usa no original, que significa um determinado período de tempo. A rigor, este tempo, esta “era” da qual o apóstolo está falando é todo o período de tempo compreendido desde a ascensão do Senhor Jesus aos céus até o Seu retorno (o período compreendido entre as duas vindas de Cristo). Este tempo envolve uma ordem de coisas, um sistema, uma maneira de agir e pensar. É do curso deste mundo que o Paulo está tratando. Um verdadeiro esquema maligno e oposto à Verdade de Deus revelada em sua Palavra.

Para termos uma mente renovada e experimentarmos a transformação que leva à verdadeira identidade espiritual, é preciso rejeitarmos o padrão deste mundo e tudo o que há nele. João escreveu “que tudo o que há no mundo, o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da Vida, não procede do Pai, mas do mundo” (1 João 2:16). E é exatamente por isso que não devemos amar o mundo, nem as coisas que há no mundo (1 João 2:15).

Não amar o mundo nem as coisas que há no mundo, nas palavras do apóstolo João, é apenas uma outra maneira de entendermos a recomendação de Paulo para que não nos amoldemos a esta era. Sem a rejeição do padrão do mundo não há transformação verdadeira. É importante notar, assim, que a rejeição do padrão do mundo faz parte do próprio processo de renovação da mente.

Aliás, não poderia ser diferente, não é mesmo? Como servir a Deus de corpo e alma, cultuando-o com meus membros e meu corpo, e permanecer apegado ao padrão do mundo, ao esquema desta era? Não faria o menor sentido. Seria como encontrar um prato enterrado num poço de lama, limpá-lo bem para utilizá-lo para a servir uma boa comida e, depois, servir a comida misturada com lama. Quem iria querer se alimentar num prato destes?

Assim também a consagração dos nossos corpos como sacrifício vivo e a consagração da nossas mentes como um culto racional necessita que rejeitemos o padrão do mundo, que digamos “não” (atitude negativa) para o que a presente era nos oferece e que não está de acordo com o reto padrão de santidade encontrado na Palavra de Deus. Do contrário, como poderíamos completar este processo tão necessário de renovação da nossa mente?