O Deus que Firma Aliança

Abraão expõe sua dúvida: “Senhor Deus, que me hás de dar, se continuo sem filhos?” (Gn 15:2). Deus não repreende — Ele responde com a vastidão dos céus. “Olha para as estrelas... assim será a tua descendência.” E então, Ele faz algo surpreendente: entra em aliança com Abraão. O Deus eterno se compromete com um homem falho.

Não há máscara, nem religiosidade. Há vulnerabilidade.
E Deus — em Sua graça — não repreende a dúvida de Abraão. Ao contrário, Ele a responde com uma visão do impossível:

“Olha para os céus e conta as estrelas... Assim será a tua descendência.” (Gênesis 15:5 ARC)

Não bastava falar: Deus faz aliança. Ele, o eterno, o imutável, se compromete com um homem humano, limitado e falho.
E como se isso não fosse suficiente, mais adiante, em Gênesis 17, Deus Se revela de forma ainda mais profunda:

“Eu sou o Deus Todo-Poderoso (El Shaddai); anda na minha presença e sê perfeito.” (v.1)

Nesse momento, o relacionamento entre Deus e Abraão se intensifica.
A promessa agora se torna pacto, com sinal e responsabilidade. A circuncisão sela a aliança e marca fisicamente aquilo que Deus já vinha realizando espiritualmente: a formação de um povo, de uma identidade, de uma história.
Abraão recebe um novo nome. Sarai também. A identidade deles é transformada pela aliança.

O que era apenas promessa, agora é propósito.
O que era só expectativa, agora é missão.
O Deus que chama, também marca.

Mas mesmo com essa revelação, o caminho ainda exigia fé. Romanos 4 nos mostra como Abraão cresceu nessa confiança:

“Mesmo quando não havia motivo para ter esperança, Abraão a manteve, crendo que se tornaria o pai de muitas nações... E mesmo reconhecendo que o seu corpo já estava sem vitalidade... sua fé não enfraqueceu.”
Romanos 4:18-19 NVT

A fé de Abraão não foi cega — foi resiliente.
Ele viu os fatos, mas escolheu crer na fidelidade de Deus.

“Plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que havia prometido.” (v.21)

Esse é o ponto-chave: Abraão não negou sua realidade — ele escolheu acreditar em um Deus maior que ela.

Talvez você também esteja em um tempo de espera, ou carregando promessas que parecem distantes da sua realidade atual.
Você tem permitido que as dúvidas te afastem de Deus, ou tem levado essas dúvidas a Ele?

Abraão nos ensina que Deus não se intimida com nossa humanidade. Ele acolhe o coração sincero, e responde com aliança, com presença, com nome novo.
A dúvida pode ser o ponto de partida — não o fim da fé.

Quando entregamos nossas incertezas, Deus nos devolve identidade.
Quando rendemos nosso controle, Ele nos marca com propósito.
Quando paramos de fugir e escolhemos andar na presença dEle, começamos a viver como filhos da promessa.

• O que você tem feito com suas dúvidas — levado a Deus ou escondido?
• Como a aliança com Deus muda a forma como você enxerga sua identidade?

Oração:
“Senhor, revela-Te a mim como El Shaddai. Ensina-me a andar contigo de forma íntegra. Que minhas dúvidas se tornem portais para uma fé mais profunda em quem Tu és.”