Sermão Do MonteSample

Anteriormente, na passagem do sal e luz, Jesus disse que devemos deixar a nossa luz brilhar diante dos outros para que eles vejam as nossas boas obras (Mt. 5:16). Agora Ele diz-nos que nem a nossa mão esquerda pode saber o que a mão direita está a fazer. Como assim? John Stott explica que “a resposta para este enigma está no facto de que Jesus está a falar contra pecados diferentes. O nosso medo e covardia humanos levam Jesus a dizer: “Brilhe a vossa luz diante dos homens”, e o nosso orgulho humano leva-o a dizer que devemos ter cuidado quando praticamos a nossa espiritualidade diante dos outros. As nossas boas obras devem ser públicas para que a nossa luz brilhe, mas a nossa devoção religiosa deve ser secreta para que não nos vangloriemos. O resultado em ambos os casos é o mesmo: a glória de Deus.”

Jesus está sempre interessado na motivação, nos pensamentos ocultos do coração. Então, a questão para Ele não tem tanto a ver com o que fazemos exteriormente, mas o que o coração está pensar enquanto agimos. E existem três possibilidades principais: a de estarmos a procurar o elogio dos outros, a de nos estarmos a felicitar em silêncio ou de estarmos a procurar a aprovação somente de Deus, o nosso Pai.

Jesus quer contrastar dois tipos de espiritualidade: a farisaica e a cristã. A farisaica é voltada para o espetáculo, motivada pelo orgulho e recompensada apenas pelo louvor dos outros ou até de si mesmo. Já a verdadeira espiritualidade, que Ele espera dos Seus discípulos, é secreta, motivada pela humildade e recompensada por Deus. É a ela que devemos buscar.

Para isso, precisamos de entender que não há recompensa melhor do que simplesmente estar na presença de Deus, a quem Jesus se refere como o nosso Pai. Esta é uma verdade da qual precisamos de estar conscientes quando praticamos a espiritualidade: não estamos a cumprir itens de uma lista, estamos a cultivar um relacionamento de intimidade com o nosso Pai, que nos ama e sabe tudo sobre nós.

Para refletir e praticar:

• “A igreja é um lugar de hipócritas”. Como responderia se alguém lhe dissesse isso?
• Se Deus sabe do que precisamos antes de pedirmos, porque é que precisamos de orar, afinal?
• O que a tem distraído de estar plenamente na presença de Deus?