Pecado Grande, Graça Muito MaiorExemplo

A relação entre fé e finanças nem sempre é fácil. O chão parece tremer entre a angústia de nunca ter o suficiente (que atinge tanto ricos como pobres), e a indiferença "pseudo-espiritual" de quem não tem contas a pagar. Mas em Cristo há muito mais do que a demonização das riquezas ou da sua adoração. A Igreja é desde o começo uma boa escola de finanças: quem tem muito reconhece que nada lhe pertence e quem tem pouco sabe que nada lhe faltará!

Podemos querer mais dinheiro? A ambição só peca quando se vira para dentro. Deus alegra-Se com filhos que se satisfazem plenamente n'Ele, mas não mistura contentamento com conformismo nem pobreza com simplicidade. Um bom cristão não tem de ser um cristão pobre! Se é possível estudar mais ou lutar por um emprego mais lucrativo por vanglória, também é possível fazê-lo olhando para Cristo.

De quem é o dinheiro? Talvez seja uma pergunta ingénua, mas a resposta pode amarrar-nos ou fazer-nos voar... Em Cristo não há contas offshore sem rosto - ou é nosso, ou é d'Ele. E para que serve o dinheiro? O dinheiro é um deus miserável, mas um ótimo empregado. Nas parábolas sobre finanças só há dois tipos de investimentos, os bons e os maus: dinheiro enterrado em coisas que não passam da terra, ou investido num Reino que é dos Céus!

Um cristão quer mais para dar mais. Porque é melhor dar que receber, o dinheiro deixa de ser um luxo individual e passa a ser uma festa no plural! Em vez de sepultar a ambição num caixão de falsa modéstia, a cruz desenterra músculos para trabalhar na terra servindo os céus. Não se vive bem sem dinheiro e nem sempre sabemos viver com ele... Aos distraídos Deus acorda para a miséria alheia, aos preguiçosos empresta zelo e a quem tem muito exige tudo, "porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente.”

Deus, sustentador de tudo e de todos, tudo o que temos é vindo da Tua mão bondosa, e da Tua providência que dá o que cada um precisa. Ajuda-nos a aceitar a nossa condição, a sermos bons mordomos do que nos dás, e a sermos satisfeitos com a Tua medida para nós. Perdoa a nossa ganância e insatisfação e dá-nos um espírito de gratidão. Obrigado, Senhor, porque o nosso pecado é grande, mas a Tua graça é muito maior!