SOBREVIVENDO AO SEU DESERTOExemplo

DICA DE SOBREVIVÊNCIA #5

BEBA ÁGUA   

A hidratação é essencial para a sobrevivência em um deserto natural. Ela também é essencial para sobrevivermos a um deserto espiritual. Assim como é urgente beber água pura em dias quentes e secos, também devemos beber da presença de Deus durante o tempo que passamos por um deserto espiritual. "Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água" (Salmos 63:1 – NVI). Especialistas em sobrevivência chegam a aconselhar que não devemos esperar até sentirmos sede, mas que devemos beber água o máximo possível para mantermos bem alto o nível de hidratação do nosso corpo. Igualmente, é fundamental que aqueles que se encontram em um deserto espiritual procurem ser constantemente cheios do Espírito de Deus. "Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede" (João 4.13-14).

A provisão de Deus para Israel no deserto também se aplica a nós hoje: "E beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo" (1 Coríntios 10.4 – NVI). Nosso alívio no deserto é a presença de Deus, e a presença de Deus é o Espírito Santo. Assim como o Espírito Santo é o nosso conforto, abrigo, e fogo, assim também Ele, como a água, é a essência da vida para todo o nosso ser. Jesus disse: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7.37-38 – NVI).

Frequentemente as Escrituras relacionam o Espírito Santo com a água. Joel profetiza a restauração futura de Israel, lembrando o povo de que Deus "lhe envia muitas chuvas, as de outono e as de primavera, como antes fazia" (Joel 2.23 – NVI). Depois, ele transfere esta imagem para o dom do Espírito: "Derramarei o meu Espírito sobre todos os povos" (Joel 2.28 – NVI). Quando a profecia de Joel foi cumprida, no dia de Pentecostes, o relato bíblico diz que “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” – como que com água – "e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava” (Atos 2.4).

E se a presença "fluida" de Deus é o Espírito, então como podemos "beber" ou "sermos cheios" desse Seu Espírito? Como podemos permanecer "hidratados" pela presença d’Ele enquanto atravessamos uma terra árida espiritual? Fazemos isso através da oração no Espírito. Preste atenção o que Paulo disse aos cristãos que estavam passando por uma grande provação, ele disse para que "Com toda oração e súplica, orassem em todo tempo no Espírito" (Efésios 6.18 – NVI). E olha o que Judas disse aos crentes que estavam enfrentando problemas: "Vós, porém, amados, edificai-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus" (Judas 20-21).

Como, então, podemos orar no Espírito? Oramos no Espírito quando nos conectamos com a Sua presença, em parceria com a Sua direção, e permitindo que Ele oriente as nossas orações. Quando seguimos a Sua liderança, Ele não apenas nos mostra as coisas certas para orarmos, como também nos dá a energia para fazermos isso (Romanos 8.26-27). O importante é permitir que a manifestação de Suas expressões – Seus sentimentos e Sua "linguagem" – flua através de nossos sentimentos e nossa linguagem. Isso é orar no Espírito.

O Espírito se expressa através de nós de diversas maneiras. Ele usa diferentes tipos de canções espirituais para louvar e agradecer a Deus (Efésios 5.18-19); Ele se expressa através de gemidos inexprimíveis vindos do nosso interior (Romanos 8.26); Ele nos faz clamar "Abba", Pai com o mesmo tipo de afeto e senso de necessidade de uma criança (Gálatas 4.6), ou nos afirmar o incrível senhorio de Cristo sobre uma situação que nos parece de impossível solução (1 Coríntios 12.3). O banco de linguagem de oração do Espírito contém expressões de profunda adoração diante da majestade de Deus e do sacrifício de Cristo (Apocalipse 4-5), bem como rogos para que Jesus volte (Apocalipse 22.17). O Espírito Santo tem um vasto tesouro de linguagem para cada tipo de situação e emoção que podemos enfrentar. O que quero deixar claro é isto: Orar no Espírito significa ficar perto d’Ele, percebendo Seu humor, ouvindo Sua voz, e cooperando com Sua expressão específica a qualquer momento.

Há uma expressão do Espírito que eu quero ressaltar, uma vez que, de forma mais eficaz, nos refresca no deserto: é o orar em línguas. “A pessoa que fala em uma língua desconhecida edifica a si mesma” (1 Coríntios 14.4). A oração em línguas pelo Espírito é uma conexão livre do poder divino capaz de nos “hidratar” no deserto. Isso nos permite orar de uma forma que não é limitada pela nossa compreensão ou pela nossa língua nativa. "Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios" (1 Coríntios 14.2 – NVI). A manifestação de línguas estranhas pode não ajudar muito em uma reunião de crentes (já que ninguém entende o que está sendo falado), mas ajuda muito o indivíduo que precisa de uma poderosa “hidratação” espiritual.

Isso ocorre porque a oração em línguas edifica apenas a pessoa que ora. O verbo "edificar" significa mais do que "incentivar". A palavra original significa "construir, fortalecer ou restaurar". Em outras palavras, através do falar em línguas, o Espírito não apenas encoraja o nosso coração, mas também edifica o nosso homem interior. Ele pega as bênçãos que herdamos quando cremos (Efésios 1.3), e progressivamente nos conecta a elas, nos transformando em pessoas abençoadas. Então, o orar no Espírito e o orar em línguas nos fortalece, nos constrói e nos revigora no deserto.

Considere o quão poderoso é quando oramos em nossa língua nativa. A Bíblia nos ensina que quando oramos pela remoção do peso que carregamos no nosso peito, Deus substitui este peso por uma paz sobrenatural (Filipenses 4.6-7). Além disso, louvar a Deus em meio aos problemas, quando a vitória vem, traz alegria aos nossos corações. Então essa alegria se torna a nossa força, mesmo se o problema persistir (Neemias 8.10). Mas como seria se tivéssemos como interceder ou louvar a partir do mais profundo do nosso ser onde a nossa mente não consegue chegar? E como seria se fôssemos capazes de fazer orações que precisamos fazer, mas que não conseguíssemos articular e expressar em nossa própria língua?

É isto o que a oração em línguas faz por nós. Ela nos permite orar diretamente do nosso espírito, sem os limites de nossa mente. "Pois, se oro em línguas, meu espírito ora, mas a minha mente fica infrutífera" (1 Coríntios 14.14 – NVI). Tal oração não é apenas livre de bloqueios e carnalidade, mas também é precisa como um laser. Quando Deus responde a estas orações, ou quando experimentamos o êxtase deste louvor, recebemos uma proporção de paz, alegria e força que não receberíamos de outra forma. Estas são as virtudes que nos fortalecem a partir do nosso interior, que nos enchem das fontes interiores do Espírito como os "mananciais no deserto". Elas nos permitem passar pelo deserto como pessoas saudáveis ​​e criativas, cheias de fé e vitalidade espiritual para repartir com os outros.

Se você está em um deserto espiritual, procure manter-se hidratado. Beba sempre e profundamente de seus recursos interiores, por meio da oração no Espírito. Permita que Jesus o batize com o Espírito Santo, ou descubra as profundezas maravilhosas de uma imersão em Sua presença. Pela fé, abra a sua boca e permita que o Espírito pronuncie por seu intermédio sons que sua mente não consegue compreender. Desenvolva um comportamento no deserto que sempre vai mantê-lo cheio de Deus. Isso vai saciar a sua sede, fortificar a sua alma, e mantê-lo fora do risco da desidratação espiritual durante os tempos de seca.

Não perca amanhã a Dica de Sobrevivência #6 (Parte 1): Procure Alimento.