Mulheres Movendo-se Pelo Propósito - RuteExemplo

“Então disse-lhe sua sogra: Onde colheste hoje, e onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te reconheceu. E relatou à sua sogra com quem tinha trabalhado, e disse: O nome do homem com quem hoje trabalhei é Boaz.

Então Noemi disse à sua nora: Bendito seja ele do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado, e um dentre os nossos remidores.” - Rute 2:19,20

Ontem falamos que o Senhor surpreendeu Rute em seu primeiro dia de trabalho, após ela ter se movido com fé e ido em busca de seu propósito. Foi a partir dali que percebemos que o propósito de Deus sobre a vida de Rute parece começar a se revelar para nós.

Nos versículos destacados acima, lemos que, ao saber o nome de quem era o dono dos campos em que Rute trabalhou e todo bem que ele a fizera, Noemi exalta a Deus pela vida de Boaz e lhe conta que ele era um dos seus remidores (ou resgatadores). Baseada em uma das leis ordenadas por Deus e escritas no livro de Levíticos, na época de Rute e Noemi, ser resgatador (remidor) de alguém era se comprometer a tomar posse das propriedades de um parente chegado que tenha falecido; mas, não somente isto, ele deveria assumir os cuidados com a família deste parente.

Voltando à história de Rute… Noemi a aconselha a ficar junto com as moças que trabalhavam para Boaz até que terminasse a colheita, e assim Rute fez (v. 22,23). A colheita acaba e o trabalho de Rute também, certamente o próximo passo seria ir em busca de outro trabalho para continuar sustentando sua sogra; mas o que acontece é que Noemi mostra, mais uma vez, sua preocupação com o futuro de Rute (3:1) e lhe dá alguns conselhos de como ela deveria agir para que Boaz se tornasse seu remidor. Rute aceita os conselhos de sua sogra e diz que faria exatamente o que ela lhe disse (Rute 3:2-6).

Entre os conselhos de Noemi, uma parte dizia que Rute deveria descobrir os pés de Boaz, enquanto ele dormia, deitar-se ali, próximo aos seus pés e aguardar o que ele a falasse. Rute fez tudo conforme sua sogra disse. Boaz acorda e vê Rute aos seus pés, e pergunta: “Quem és tu? E ela disse: sou Rute, tua serva; estende pois tua capa sobre a tua serva, porque tu és o remidor” (v.9). Boaz fica extremamente feliz e volta a bendizer Rute: “Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua benevolência do que a primeira, pois após nenhum dos jovens fostes, quer pobre, quer rico” (v.10). E ele se compromete a ir tentar ser seu remidor, lembrando que, Boaz era o segundo na linha sucessória para ser o resgatador dos bens de Elimeleque; então, significava que havia um outro parente próximo que tinha essa incumbência e, somente se este outro não quisesse assumir, Boaz poderia ser o resgatador. Antes de Rute ir embora, já pela manhã, ele lhe dá uma porção caprichada de cevada para que ela não voltasse para a casa com as mãos vazias, e a despede também com a promessa de que resolveria o “impasse do resgate” (v.11-15).

Rute retorna para sua sogra, que lhe pergunta como foi e ela conta tudo o que aconteceu e que Boaz estava decidido a ser o resgatador. Mostra ainda a cevada que ele a deu, porque não queria que ela retornasse para Noemi de mãos vazias (v.16,17). Noemi declara a confiança que tinha em Boaz e que sabia que ele não descansaria sem que, naquele mesmo dia, concluísse aquele negócio (v.18), isto é, a troca do segundo lugar para primeiro, na sucessão de remidor.

O resumo desta parte da história de Rute nos faz perceber que Rute precisou mais uma vez se movimentar para que uma promessa sobre a sua família pudesse se cumprir. O propósito de Noemi era não deixar sua nora desamparada, então, foi atrás do direito que tinha, por lei, de ter seus bens resgatados; porém, como sabia que havia sido Deus que conduziu Rute para os campos de Boaz naquele primeiro dia de trabalho, sabendo da índole de seu parente e vendo quanto bem ele estava fazendo à Rute, Noemi a instrui em como alcançar tal propósito.

Talvez alguém pode pensar que este plano tenha sido um absurdo, por que Rute precisou “pedir” que Boaz as resgatasse; mas, na verdade, se pararmos para pensar, Noemi e Rute já haviam voltado de Moabe a pelo menos algumas semanas e todos sabiam que elas eram viúvas, isto é, sem aquele que pudesse lhes sustentar. Como era costume da época, quem tinha esposo ou filho adulto não estava desamparada em seu sustento, porque não havia muitas coisas que uma mulher pudesse fazer para garantir um presente e futuro bom, confortável. Isto é, tinham poucos trabalhos e que não pagavam tão bem para que elas pudessem viver dignamente.

Por isso, o propósito de Noemi era legítimo; mas só voltaremos a falar dele amanhã. Hoje, nossa tarefa é meditar nesta história e tentar perceber como Deus faz todas as coisas se encaixarem quando estamos debaixo de Seu propósito. Mas, ainda é importante percebermos que Rute precisou também mover-se. E você? Já tem se movido para aquilo que o Senhor tem te revelado nestes últimos dias?