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A oração do Pai Nosso

Chegamos à oração do Pai Nosso. Livros, músicas, poesias e até mesmo projetos arquitetônicos têm sido criados a partir da hermenêutica apresentada e revelada nesta oração.

O que podemos destacar, primeiramente, sem pestanejar, é que se trata de uma oração ensinada pelo próprio Deus Filho; ou seja, é Deus ensinando a falar com Deus. Isso é simplesmente magnífico. Não há outra oração que possa ser comparada a esta em sua complexidade, abrangência, aplicação, doutrina e espiritualidade. Vejamos o que conseguimos extrair desse tesouro tão imenso (Rm. 11.33).

Em primeiro lugar, além de destacarmos para quem a oração está sendo direcionada, também precisamos enfatizar como o destinatário é retratado (v. 9). É o ABA, ou seja, O Pai. Não oramos para Deus como se falássemos com alguém que não está próximo ou que não tem ligação conosco. É o Pai que escuta nossas orações. E Ele não é apenas Pai individualmente falando, mas é PAI NOSSO, ou seja, é Pai de uma multidão de irmãos e irmãs comprados pelo sangue do Cordeiro de Deus (At. 20.28).

Em segundo lugar, a oração do Pai Nosso nos ensina que, antes da nossa vontade, vem a vontade de Deus (v. 10). E não apenas a vontade d'Ele, mas o Seu Reino. Declaramos que existe um Reino, uma basiléia, um lugar não geográfico, acima de qualquer medida de tempo e espaço, que engloba todas as realidades, sendo governado pelo Soberano Rei. E, neste Reino, existe uma legislação: a Palavra de Deus. Diante desta Lei, é necessária a obediência. E sabe qual nível de obediência? O mesmo nível que há nos Céus. A oração é para que a vontade de Deus seja feita na Terra como é feita nos Céus (1Jo. 2.17).

Em terceiro lugar, a oração do Pai Nosso nos leva às nossas necessidades particulares e relacionais (vv. 11-12). O “pão nosso” nos conduz ao atendimento das questões básicas e coletivas. O “pão” é um alimento fundamental, e o “nosso” nos leva ao entendimento de que não devemos nos preocupar apenas com o “meu” pão, mas com o “nosso”. Será que meu irmão também tem o “pão” sobre a mesa dele? Precisamos orar por isso. E, ao mesmo tempo em que nos preocupamos com nossas necessidades particulares e com as do próximo, precisamos também atentar para os nossos relacionamentos. Para Jesus, a importância é a mesma. Ter pão e perdoar estão na mesma sentença da oração. Quem é perdoado, perdoa! A palavra usada para perdão no grego é “aphiemi” e significa literalmente “deixar ir, mandar embora”. Há tantas pessoas presas com situações, pensamentos, memórias, mágoas, machucados… é hora de mandar tudo isso embora de nossas vidas. Perdoe (vv. 14-15)!

Concluindo, façamos a oração do Pai Nosso intencionalmente e com o coração cheio de gratidão, lembrando que devemos lançar sobre o Senhor toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (1Pe. 5.7). Deus abençoe sua vida. Amém.

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Questões para edificação:

1. Por que podemos dizer “Pai nosso” (At. 20.28)?
2. Como o Pai Nosso nos ensina que antes da nossa vontade vem a vontade de Deus?
3. Por que o Senhor enfatiza o perdão na oração do Pai Nosso (v. 12)?

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Pr. Arieuston G. de Araújo Netto, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.