O PoderExemplo

O Poder da Comunhão

ML. Jones escreve em seu livro “Cristianismo Autêntico” que “nada, a não ser o Evangelho de Cristo, pode produzir o estado de coisas que são descritos nestes versículos”.

Estamos em Jerusalém, observando a Igreja de Cristo crescer e se estabelecer. Há grandes perseguições, mas, mesmo assim, aquela Igreja cresce. E a grande questão não é apenas o crescimento numérico, mas também o crescimento em virtude.

Homens com corações corruptos, agora transformados por Deus, são direcionados a viver de uma forma completamente diferente do que praticavam anteriormente. E o que estava motivando toda essa mudança? Qual era o poder que agia para que tudo isso acontecesse? O poder do Santo Evangelho de Jesus Cristo. E, entre todas as mudanças, havia uma que os marcava e identificava de maneira indelével: a comunhão. O que podemos extrair brevemente deste texto tão rico?

Em primeiro lugar, apenas o poder do Evangelho pode nos fazer um, ou seja, nos conceder uma vida de comunhão (vv. 32, 34, 35). Esta unidade não se resume a um simples gesto de “pegar na mão” ou “olhar nos olhos dos irmãos”. Era uma unidade acompanhada de ação concreta. Eles não apenas diziam estar em comunhão, mas agiam de acordo com essa afirmação; tanto é que tinham tudo em comum e não havia necessitados entre eles. João Calvino, em seu comentário, escreveu que “naqueles tempos, os crentes davam abundantemente do que era deles”. Cabe aqui uma consideração levantada por M. L. Jones no livro já citado. Ele escreve que essa atitude não dá margem para nenhum tipo de pensamento autoritário. Pelo contrário, enquanto a imposição acontece pela força implacável, o que ocorreu em Atos foi algo movido pelo “coração e pela alma” de todos os alcançados. Não havia imposição, mas sim disposição. Aleluia.

Em segundo lugar, uma vida de comunhão gera testemunho (v. 33). Como podemos falar sobre a ressurreição de Jesus se não temos comunhão com os irmãos? Como podemos ter “grande poder” para testemunhar se não somos um em Cristo? Todos conhecem bem João 3:16, mas quantos de nós também conhecem 1 João 3:16? “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” Os homens poderão ver em nós, como igreja, a santa comunhão, e isso gerará testemunho da ressurreição de Cristo.

Vivemos em um mundo completamente individualista, onde as pessoas estão cada vez mais buscando viver “sozinhas", ou seja, sem compartilhar a vida com ninguém. Que situação mais triste.

Você certamente já ouviu alguém dizer que não precisava de ninguém para viver. Na verdade, este é um grito de socorro dessa pessoa, para que alguém se aproxime dela e faça parte de sua vida. Ela só não sabe como pedir. Que Deus abra os olhos do mundo para que vejam a comunhão que há entre aqueles que são os eleitos de Deus. Amém.

Em terceiro lugar, uma vida de comunhão é uma vida de abundante graça (v.33). A mais conhecida definição de “graça” é que ela significa “favor imerecido”. E como é bom quando sabemos que este favor é totalmente sem merecimento para todos nós. Não há como olhar para o meu irmão e entender que ele não é alvo da graça de Deus, e, da mesma forma, não há como olhar para nossa própria vida e pensar que também não somos. “E é por isso que eu estou neste púlpito; é por causa da graça de Deus,” escreveu o mesmo M. L. Jones. Deus nos ensinará a ter comunhão com pessoas completamente diferentes de nós, mas que estão no caminho para a santa Jerusalém, buscando viver em santidade e agir de acordo com a Palavra de Deus.

Concluímos este dia no nosso devocional afirmando que precisamos, sim, ter uma vida de comunhão, enxergando Cristo uns nos outros, caminhando pelas ruas da santidade, sofrendo por amor ao Evangelho e amando, não apenas com palavras, mas com atos e em verdade. Amém, amém e amém.

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Questões para edificação:

1. O que fez com que a igreja de Atos vivesse uma comunhão genuína?

2. O texto de Atos 4:32 diz: “um só coração e uma só alma”. O que essa expressão significa para você?

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Pr. Arieuston Gomes Araújo Netto, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.