No Silêncio Antes do Fogo – Um Encontro com PentecostesExemplo

Hoje, acordei com um anseio no coração que não consegui nomear de imediato. Era como uma fome, mas não de pão. Como uma sede, mas não de água. Um vazio que não é ausência, mas expectativa. E então me lembrei: estamos nos dias de Pentecostes.

Pentecostes sempre me leva a refletir sobre o que acontece depois da cruz, depois da ressurreição. É o tempo do Espírito. É o tempo da continuidade divina dentro de nós.

Confesso que por muito tempo enxerguei Pentecostes apenas como um grande espetáculo — línguas, fogo, vento. Mas hoje, Ele me chama a ver com olhos mais íntimos, mais simples, mais rendidos. Pentecostes não começou com o barulho do vento impetuoso. Começou com espera. Começou com oração. Começou com corações reunidos num mesmo lugar, sedentos por mais de Deus.

Como eu preciso reaprender a esperar! Esperar com fé, sem distrações. Esperar com reverência, como quem sabe que o céu virá ao encontro da terra, na hora certa.

Enquanto oro neste silêncio sagrado, percebo algo: o mesmo Espírito que desceu em línguas de fogo está aqui. Em mim. Dentro de mim. Ele não vem apenas para me dar dons ou experiências emocionantes. Ele vem para habitar, para formar Cristo em mim, para me capacitar a ser testemunha fiel — mesmo nas tarefas mais comuns do meu dia.

Lembro-me das vezes em que tentei ser forte sozinha. Das ocasiões em que busquei fazer a obra de Deus com minhas próprias forças. Que tolice! O Pentecostes me confronta: nada pode ser feito sem o Espírito. E, ao mesmo tempo, me consola: Ele foi derramado. Ele habita em mim. Eu não estou só.

Hoje, oro como os discípulos naquela sala:
“Senhor, renova em mim Teu Espírito. Acende novamente esse fogo que me faz viver para Ti. Ensina-me a esperar, a escutar, a obedecer. Enche-me, não apenas para sentir, mas para servir. Que meu coração seja um altar, e minha vida, uma chama viva do Teu amor.”

Oração Final
Espírito Santo, perdoa quando Te ignorei, quando tentei Te substituir com métodos, estratégias ou rotinas vazias. Hoje, como naquela antiga sala, eu me reúno Contigo e digo: vem! Sopra de novo. Que seja Pentecostes no meu coração — não uma vez por ano, mas a cada manhã. Que eu viva não por vista, não por força humana, mas pela Tua doce e poderosa presença. Amém.