No Silêncio Antes do Fogo – Um Encontro com PentecostesExemplo

Enquanto meditava nos eventos de Pentecostes, fui profundamente tocada por algo que muitas vezes passa despercebido: quem foi que se levantou para pregar naquele dia?

Pedro.

Sim, Pedro, o impulsivo, o que afundou nas águas, o que cortou a orelha do servo, o que negou Jesus três vezes — e ainda assim, é ele quem se levanta como a primeira voz da Igreja cheia do Espírito.

Isso me faz tremer. E também me faz chorar. Porque quantas vezes me senti indigna, despreparada, marcada por falhas do passado… E quantas vezes pensei: “Deus não pode me usar assim”.

Mas Pentecostes nos mostra que não é sobre quem nós éramos, mas sobre quem o Espírito nos transforma em ser.

Pedro, o que havia se escondido, agora fala com ousadia. O que antes temia ser identificado como discípulo, agora desafia uma multidão a se arrepender. O que negou, agora anuncia. Isso não é reforma de caráter por esforço próprio — isso é obra do Espírito.

Ah, como nosso Deus ama usar os improváveis! Não porque Ele não vê nossas falhas, mas porque Ele escolhe transformar falhas em testemunhos.

Hoje, diante do Senhor, confessei minhas limitações mais uma vez. Minha sensação de não ser suficiente. Mas o Espírito, com Sua doce firmeza, me lembrou:
“Não é você quem se qualifica. Sou Eu quem capacita.”

Pentecostes não foi um prêmio para os santos, mas um presente para os que esperavam — inclusive os falhos, os marcados, os imperfeitos. E quando o Espírito veio, Ele não apenas encheu… Ele enviou.

Oração de Entrega
Espírito Santo, quantas vezes olhei para mim mesma e disse: “Não posso.” Hoje, quero olhar para Ti e dizer: “Capacita-me.” Toma meus erros, minhas limitações, meus traços mais humanos, e transforma-os em instrumentos para Tua glória. Que eu nunca mais me esconda atrás da vergonha, mas me levante com a coragem que vem do alto. Que eu seja como Pedro: imperfeita, sim — mas cheia do Teu poder. Amém.

Pentecostes é o céu dizendo: “Eu escolho você, mesmo com tudo que você é.” E é o Espírito tornando o improvável, instrumento do impossível.