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Génesis 37:5-36

Génesis 37:5-36 OL

Certa noite José teve um sonho e foi contá-lo aos irmãos; estes, evidentemente, passaram a gostar ainda menos dele. “Ouçam o meu sonho!”, pediu-lhes. “Estávamos no campo atando molhos e o meu ficou de pé, enquanto os vossos o rodeavam e se inclinavam perante ele!” “Ah, sim? Então é porque queres ser o nosso rei, não é isso? Queres mandar na gente!” E odiaram-no, não só por causa do sentido do sonho, mas até pelas palavras e pela forma como contou aquilo. Mais tarde, teve um novo sonho e foi de novo contá-lo aos irmãos: “Olhem, tive outro sonho! Desta vez era o Sol, a Lua e onze estrelas que se inclinavam na minha frente!” Desta vez foi também contar o sonho ao pai. Este repreendeu-o: “Que é que isso quer dizer? Não me digas que eu, a tua mãe e os teus irmãos ainda viremos a inclinarmo-nos na tua presença!” Os irmãos estavam furiosos; contudo o pai refletia intimamente no sentido daquilo. Certa vez, os irmãos de José foram levar os rebanhos a pastar para os lados de Siquem. Uns dias depois Israel chamou José e disse-lhe: “Os teus irmãos foram com os rebanhos para Siquem. Vai lá ver como estão, se anda tudo bem com os rebanhos, e vem me dizer.” “Pois sim!”, respondeu. Assim, partiu do vale de Hebrom em direção a Siquem. Um homem reparou que ele andava perdido por aquelas terras e perguntou-lhe o que é que procurava. “Os meus irmãos e os rebanhos. Sabes onde estão?” “Sim. Realmente já aqui não estão. Ouvi-os dizer que iam para Dotã.” José seguiu nessa direção e encontrou-os ali. Mas quando eles o viram aproximar-se, tendo-o reconhecido à distância, combinaram matá-lo. “Cá vem o sonhador-mor! Vamos matá-lo e lançamo-lo num destes poços sem água e dizemos ao pai que foi uma fera que o comeu; veremos o que é feito dos seus sonhos!” Rúben, porém, queria poupar-lhe a vida: “Não, não lhe tiremos a vida; não vamos derramar sangue; lancemo-lo apenas no poço e assim virá a morrer sem que lhe toquemos.” Porque tinha a intenção de ir lá depois tirá-lo e entregá-lo ao pai. Quando José chegou junto deles, tiraram-lhe a túnica de cores garridas e lançaram-no dentro dum poço que não tinha água. Depois foram comer. De repente, repararam numa caravana de camelos que se aproximava, vindo na sua direção; eram negociantes ismaelitas que transportavam especiarias, bálsamo e mirra, de Gileade para o Egito. “Ouçam lá”, disse Judá aos outros, “e se vendêssemos José a estes ismaelitas. Porque haveríamos de o matar e ficar com esse peso na consciência? É muito melhor isso do que ficarmos com a responsabilidade da sua morte; vendo bem as coisas, sempre é nosso irmão!” E os outros concordaram. Assim, quando os ismaelitas, que eram comerciantes midianitas, chegaram, os irmãos de José tiraram-no do poço e venderam-no por vinte peças de prata, tendo sido levado, dessa forma, para o Egito. Entretanto, Rúben, que não se encontrava presente quando o irmão foi vendido, veio ao poço para tirar de lá José. Quando verificou que já ali não estava, rasgou as roupas que vestia. “Desapareceu o moço! E agora, o que é que eu faço?”, lamentava-se junto dos irmãos. Estes mataram um bode, sujaram com o sangue a túnica de José e mandaram-na para o pai, pedindo-lhe que a identificasse. “Encontrámos esta túnica. Não será a do teu filho José?” O pai reconheceu-a imediatamente. “Sim, é a túnica do meu filho. Foi certamente um animal feroz que o desfez em pedaços e o tragou.” Então Israel rasgou as suas vestimentas; envolveu o corpo com saco e lamentou e chorou a morte do filho durante muitas semanas. A família bem tentava consolá-lo, mas era em vão. “Quero continuar de luto até descer ao mundo dos mortos para ir ter com o meu filho!”, dizia ele a chorar. Enquanto isto, no Egito os negociantes venderam José a Potifar, alta individualidade da corte do Faraó, chefe militar da sua casa e responsável pelo palácio real.