O tesouro de DaviExemplo
Título: “Salmo de Davi”. No título nada descobrimos exceto sua autoria. Mas isto é interessante e nos leva a observar as admiráveis ações do Espírito na mente do doce cantor de Israel, capacitando-o a tocar a lúgubre corda no Salmo 22, para depois tocar as delicadas notas de paz no Salmo 23 e aqui elaborar acordes majestosos e triunfais. Nós podemos fazer ou cantar qualquer coisa quando o Senhor nos fortalece.
Este hino sagrado, provavelmente, foi escrito para ser cantado quando a arca da aliança foi levada da casa de Obede-Edom para permanecer atrás das cortinas no monte Sião. Nós o chamaremos de: “A canção da ascensão”. Este Salmo combina-se com o Salmo 15. —C. H. SPURGEON
Como outros pensam sobre esta questão eu não poderia dizer, nem fingir poder descrever, mas de minha parte, não tenho memória de haver ouvido ou de que qualquer homem tenha visto ou ouvido algo tão grandioso, tão solene, tão celestial deste lado dos portões do Céu. —PATRICK DELANY
Versículo 1
Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Quanta diferença há entre isto e a ignorante concepção judaica a respeito
de Deus que vigorava nos dias de nosso Salvador! Os judeus diziam: “A terra santa pertence a Deus e a semente de Abraão é Seu único povo”, mas seu grande monarca os havia instruído muito antes: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém”. Toda a redondeza do mundo é reivindicada a Jeová, “e os que nele habitam” são declaradamente Seus súditos.
Quando consideramos a intolerância do povo judeu nos dias de Cristo e como ficaram irados com nosso Senhor por haver dito que havia muitas viúvas em Israel, mas a nenhuma delas fora enviado o profeta, senão à viúva de Sarepta e que havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum fora curado exceto Naamã, o siro…
Quando nos recordamos, também, de como ficaram irados com a menção de que Paulo fora enviado aos gentios, ficamos maravilhados por permanecerem em tal cegueira e ainda assim cantarem este Salmo que mostra tão claramente que Deus não é o Deus dos judeus somente, mas também dos gentios.
Que repreensão é esta para estes sabichões que falam dos negros e outras raças desprezadas como se não tivessem o cuidado do Deus dos Céus! Se o homem nada é além de homem, o Senhor o reivindica para si e quem ousa marcá-lo como uma mera peça de mercadoria? O mais cruel dos homens é habitante do mundo e, portanto, pertence a Jeová. Jesus Cristo acabou com a exclusividade de nacionalidades. Não há bárbaro, citas, escravo ou livre; mas somos todos um em Cristo Jesus.
O homem vive “na Terra” e divide seu solo entre seus semelhantes reis e autocratas; mas a Terra não pertence ao homem. Ele não passa de um inquilino arbitrário, um locador-proprietário de estabilidade extremamente precária, passível de expulsão instantânea. O grande Dono da Terra e verdadeiro Proprietário tem Sua corte acima das nuvens e ri da escritura dos vermes do pó.
A Terra é repleta de Deus; Ele a fez plena e a mantém plena, apesar de todas as demandas feitas pelas criaturas vivas em seus armazéns. O mar é pleno apesar de todas as nuvens que surgem de sua condensação; o ar é pleno não obstante todas as vidas que dele fazem uso para a respiração; o solo é pleno ainda que milhões de plantas dele ganhem nutrição. —C. H. SPURGEON
Ao Senhor pertence a terra, ou seja, a Cristo, que é o “Senhor dos senhores” (Ap 19:16); pois todo o mundo e os que nele habitam são dele por uma designação
dupla. Primeiro, por doação de Seu Pai, pois “toda autoridade me foi dada no céu e na terra.” (Mt 28:18), tudo quanto o Pai tem é meu (Jo 16:15); e então, consequentemente, foi constituído herdeiro de todas as coisas (Hb 1:2).
Segundo, a Terra é de Cristo e todos os que nela habitam também o são por direito de criação, pois Ele “fundou-a”, disse nosso profeta, e isso de modo maravilhoso: “sobre os mares e sobre as correntes”. Todas as coisas, então, pertencem a Cristo, tratando-se da criação pois “todas as coisas foram feitas por intermédio dele” (Jo 1:3); tratando-se de sustentação, pois sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder (Hb 1:3); tratando-se de administração, estende seu vigor de uma extremidade do mundo à outra e governa todas as coisas com felicidade (Sabedoria 8:1) [N.E.: Livro apócrifo], em outras palavras — “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas” (Rm 11:36). —JOHN BOYS
São Crisóstomo, sofrendo sob o domínio da imperatriz Eudoxia, diz a seu amigo Ciríaco como ele se armou de antemão: “Eu pensei: será que ela me banirá? ‘Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém’. Será que levará meus bens? ‘Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei’. Será que mandará me apedrejarem? Lembrei-me então de Estêvão. Irá me decapitar? João Batista veio à minha mente” etc.
Assim deveria ser com todos que pretendem viver e morrer confortavelmente: devem, como dizemos, fazer um estoque para os dias chuvosos; devem armazenar graças, promessas e guarnecerem-se de experiências com a bondade de Deus para com outros e consigo mesmos, de modo que quando o dia mal vier, recebam, desta forma, abundante bem. —JOHN SPENCER
“A luz é o semblante do Eterno”, disse o Sol ao se pôr. “Eu sou a orla de Seu manto”, respondeu o crepúsculo róseo. As nuvens se reuniram e disseram: “Nós somos Seu tabernáculo noturno”. E as águas nas nuvens e as vozes ocas dos trovões, uniram-se ao elevado coro: “Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; troveja o Deus da glória; o Senhor está sobre as muitas águas.”
“Ele voa em minhas asas”, sussurraram os ventos e o gentil ar acrescentou: “Eu sou o fôlego de Deus, o inspirar de Sua presença benigna”. “Ouvimos as canções de louvor”, disse a Terra ressequida; “por todos os lados há louvor; somente eu estou triste e calada”. Então respondeu o orvalho caindo: “Eu nutrirei você, para que seja revigorada e se alegre e seus filhos desabrochem como jovens rosas”. “Jubilosamente amadurecemos”, cantaram as sidras refrescantes; as espigas de milho cheias oscilavam ao cantar: “Somos a bênção de Deus, os abrigos de Deus contra a fome.”
“Do alto te bendizemos”, disse a gentil Lua; “Nós, também, a ti bendizemos”; responderam as estrelas; e o reluzente gafanhoto chilreou: “A mim também Ele abençoa ao cair do orvalho perolado”. “Ele saciou minha sede”, disse o cabrito; “e me refrescou”, continuou o veado; “e nos concede nosso alimento”, disseram as bestas da floresta; “e vestes meus cordeiros”, com gratidão acrescentou a ovelha.
“Ele me ouviu”, o corvo chiou, “quando eu estava sozinho e abandonado”; “ Ele me ouviu”, disse a cabra-montês, “quando chegou minha hora e dei crias”. E o pombo arrullhou, e a andorinha e outros pássaros uniram-se na canção: “Encontramos nossos ninhos, nossas casas, habitamos no altar do Senhor e dormimos sob a sombra de Suas asas em tranquilidade e paz”.
“E paz”, a noite respondeu, e o eco prolongou o som quando o galo acordou a aurora e cacarejou com alegria: “Abram os portais, abram os portões da terra!
O Rei da glória se aproxima. Despertem! Levantem-se ó filhos dos homens, deem louvores e graças ao Senhor, pois o Rei da glória se aproxima!”
O sol nasceu, e Davi acordou de seu êxtase melodioso. Mas enquanto ele viveu, os acordes da harmoniada Criação permaneceram em sua alma, e ele diariamente os relembrou nas cordas de sua harpa. —A LENDA DAS CANÇÕES DA NOITE, no Talmude, citado em Antiguidades Bíblicas por F. A. Cox
As Escrituras
Sobre este Plano
O Tesouro de Davi é reconhecida como a mais abrangente, pastoral e inspirador estudo no livro de Salmos já produzido. Ideal para o aprofundamento nas belezas da poesia de Salmos, quer para estudo devocional pessoal ou para preparação de sermões. O Tesouro de Davi contém “algumas das maiores e mais grandiosas palavras de consolo e inspiração que já foram redigidas”.
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