Quem És Tu, Cristão?Sample

Primeiro domingo após a Páscoa: os Cristãos escondem-se com medo e atordoados pela morte do Mestre. Mas Jesus ressuscitou! "Paz seja convosco" ouviram os discípulos! Mas nem todos lá estavam... Tomé faltou ao primeiro culto. "Ver para crer", exclamou ao ouvir o relato. E Jesus respondeu ao ceticismo com o próprio corpo: "Toca-me e crê".

Fé sem corpo é fantasma: Se Tomé tivesse continuado "de fora", a ressurreição não passaria de um sonho. A Igreja não nos salva, mas é lá que mora quem Cristo salva. Fazer o bem implica "alguém", afiar ferro exige ferro para nos afiar e adoração é intimidade celebrada em comunhão uns com os outros. Os milagres fazem-nos correr para a Igreja, e não para longe dela. O corpo partido na última ceia só espelha a glória de Cristo quando unido - separados, somos apenas migalhas.

Corpo sem fé é cadáver: Se Jesus não tivesse entrado "em cena", jamais haveria Igreja. O corpo é mais do que uma coleção de órgãos, e a Igreja mais do que gente simpática, teologia sólida, liturgia sã ou "good vibes". O sobrenatural é tão palpável como a pele que nos reveste. Sem isso não passamos de um vale de ossos secos. Se não vemos nada "mexer", ou estamos cegos, ou mortos.

"Ver para crer"? Tomé exigiu ver para crer; Jesus pregou crer para ver. É a fé no que Deus "diz" que nos permite ver com clareza o que Deus "faz", sem ficarmos reféns do que "sentimos". Igreja não é uma questão de experiências boas ou más, mas de fé na Palavra. Jesus não nos manda fechar os olhos para os problemas que lá existem. Ao contrário, Ele ensina-nos a abri-los da maneira certa: é na Igreja que o sobrenatural acontece!

Senhor, obrigado porque nos unes a Ti, em família. Lutamos por independência, quando isso apenas significa solidão. Na relação difícil com a Igreja, ora fugimos, ora nos encadeamos. Ajuda-nos a ver as suas virtudes e falhas como nossas, e a lutarmos uns pelos outros, como Jesus fez, até ao fim.