Quem És Tu, Cristão?Sample

Que, sem vigilância, vivemos escravos dos nossos sentimentos, já todos mais ou menos percebemos - que não podemos confiar, por defeito, nos nossos sentimentos, também todos conseguiremos reconhecer. Ainda assim, na prática, continuamos a tomar decisões e a pôr as nossas palavras demasiado ao sabor dos nossos sentimentos e demasiado pouco ao leme das nossas convicções.

Temos de perceber que, fundamentalmente, o combustível das nossas emoções é uma matéria inflamável. É fácil para os apaixonados desdobrarem-se em declarações de amor eterno. Nenhum apaixonado se vai desdobrar em declarações de como ama temporariamente a sua mulher até que a deixe de amar ou até que prefira amar outra. Não. O verdadeiro amor deseja permanência. No entanto, as nossas emoções, às quais vamos buscar tanto do nosso combustível, não. E quando essas emoções nos falham, porque podem ter a certeza de que nos vão falhar, é importante que os nossos pés não estejam apoiados nelas. Mas receio que já estejamos habituados a estas contradições: o nosso pecado é tão fundo que estamos confortáveis em fazer promessas eternas num momento com o combustível da emoção e, anos (ou menos) depois, agir em contradição a todas essas promessas com o mesmo combustível. Nas nossas casas, nos nossos trabalhos e nas nossas igrejas.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos” . (Jeremias 17:9-10a)

Que começo tão negro de passagem e que esperança tão grande. Sim, o nosso coração vai-nos enganar. Mas, não, não temos de nos deixar enganar. O perigo é real, mas o engano é opcional. Em vez de procurarmos, bem lá no fundo do nosso coração, combustível para agir, olhemos para Deus, que é maior que os nossos corações. É n'Ele que os nossos pés têm de estar bem assentes. É n'Ele que as nossas promessas e convicções devem estar enraizadas. Quando o vento das emoções soprar sem grande critério, há um critério verdadeiro que não muda.