Quem És Tu, Cristão?Sample
Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus ilustra as duas atitudes opostas que o coração pode demonstrar na hora de reconhecer o reino de Deus – orgulho e humildade, verborreia e contrição no falar, complicação e simplicidade. Concordando que queremos apontar para o publicano, devemos reconhecer que precisamos começar por aquilo que é mais fácil em nós, que é sermos como o fariseu. Somos espiritualmente mais complicados do que pensamos ou admitimos. O pecado faz-nos adultos que hesitam e não crianças que confiam.
Não será um traço unicamente característico do nosso país, mas creio que a nossa língua também contribui para o facto de sermos criaturas um tanto complicadas. A língua portuguesa, por carecer de constantes explicações para ser entendida, faz com que o português seja uma personagem naturalmente explicativa e, nesse sentido, ela tende a serem mais as explicações que dá e menos as consequências que delas retira (tu que és mais pronto a explicar do que a decidir: junta-te, não tenhas medo!).
O fariseu e o português-comum partilham o facto de, no seu discurso, caírem facilmente num circuito fechado que começa e termina no mesmo sítio - neles próprios. A descrição de quem eles são é tão elaborada porque falham em chegar ao centro. A aparência de autoconhecimento está lá, mas não passa de mera presunção porque se recusa a transferir o verdadeiro exame para alguém que não eles mesmos. Assim é fácil, mas é batota.
Numa cultura em que complexidade é sinónimo de inteligência, o sábio é aquele que acaba a viver unicamente para si próprio. A lógica divina da palavra é outra: porque o conhecimento que tem de si próprio não começa em si, mas em Deus, o objetivo final da sua vida não é ela mesmo, mas Deus. Muito longe de ser ingenuidade, a simplicidade da fé cristã é a verdadeira maturidade que reconhece o pecado e confia n'Aquele que tem o poder para o resolver. “Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”
Scripture
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És cristão? Nos próximos 16 dias vai ser questionado acerca da forma prática como vive aquilo em que diz que acredita. Desde a forma como descansa, como congrega, como testemunha, como serve, como se confessa, tudo vai ser trazido, à luz de outras histórias bíblicas, dos que viveram antes de nós.
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