Quem És Tu, Cristão?Sample

O que fazemos com o que sentimos? Não há melhor escola das emoções que o livro dos Salmos. No Salmo 42 encontramos uma paragem especial, onde o abismo e as alturas aparecem lado a lado: “Por que hei de estar desanimado e preocupado?

Quero confiar no Senhor e ainda o hei de louvar.” Como é possível alguém, na sua mais profunda angústia, ter o discernimento de responder a si próprio com uma promessa divina que ainda não sente como sua? Creio que não erro se afirmar que, de um modo geral, quando o abismo se abate sobre nós a tendência não é enfrentá-lo, mas fazer dele a nossa condição inevitável.

Uma das coisas mais fascinante em versos como este é o facto de Deus chamar-nos para confiarmos n'Ele mesmo quando só sentimos abismo em nós. E a dificuldade que encontramos nessa chamada revela o nosso esquema corrompido - avaliamos a qualidade da nossa salvação na qualidade da nossa fé e não na qualidade do nosso Salvador. Quando os nossos olhos deixam de estar em Jesus, o objeto da nossa fé, faremos sempre depender a confiança que Deus nos pede daquilo que nunca poderá existir completamente em nós deste lado da ressurreição - o amor perfeito a Jesus.

Ainda não amamos perfeitamente o nosso Senhor, mas é para aí que avançamos. E neste caminho imperfeito, em que nos sabotamos a nós mesmos com o engano dos nossos corações, Deus continua a chamar-nos para confiarmos n'Ele. Na Sua palavra, escutamos a Sua voz: “Olha para o meu Filho, que no jardim experimentou os piores sentimentos e confiou completamente, entregando a Sua vida. Larga esse peso que carregas e não podes destruir, e olha para Jesus que o fez por ti. Confia.”