Quem És Tu, Cristão?Sample
Levítico é aquele livro que para muitos de nós representa a primeira grande provação na leitura anual da Bíblia. O mar vermelho foi aberto em Êxodo 14, mas parece que é agora, no terceiro livro de Moisés, que precisamos de um milagre que desimpeça a travessia nestas marés de leis e prescrições. E se a leitura do Levítico também pode ser uma espécie de travessia no deserto é porque insistimos em ignorar o contexto maior da libertação de um povo cativo. O paradoxo é inevitável: liberdade a sério não existe quando temos rédea solta, mas quando reconhecemos o domínio perfeito de quem nos quebrou as cadeias. Precisamos que os nossos olhos sejam abertos para o refrão destes 27 capítulos: o Senhor que nos salva, salva-nos para sermos Seus e para sermos santos.
Creio que existe uma hesitação natural na hora de ligarmos pureza e pertença porque teimamos em achar que a submissão é uma descaracterização de quem somos, uma morte lenta anunciada. Nesse sentido, nunca houve uma cultura tão iludida como a nossa, que se forja a achar que a virtude está no desprendimento de tudo o que reclame algum tipo de autoridade. A contradição implícita é que a única autoridade que sobrevive é a de quem se julga competente para obliterar todas as outras competências, ao jeito daqueles infantes que participam na brincadeira desde que sejam eles a decidir as regras. Um bocado irritante, não?
Mas porque a Bíblia é a palavra de Deus, a boa notícia é que até um livro esquisito como Levítico tem o poder de destapar os nossos corações e revelar a autonomia que nos cativa, essa aparência de vida em que insistimos, quando é morte que transpiramos por todos os poros. O que está em causa quando lemos tantas leis antigas é a minúcia do nosso pecado e a minúcia do trabalho perfeito de Cristo para o resolver. Longe de ser uma limitação, a pureza é a prova de que fomos resgatados e de que desejamos ser pertença exclusiva do Rei cujo domínio nunca falha.
Scripture
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És cristão? Nos próximos 16 dias vai ser questionado acerca da forma prática como vive aquilo em que diz que acredita. Desde a forma como descansa, como congrega, como testemunha, como serve, como se confessa, tudo vai ser trazido, à luz de outras histórias bíblicas, dos que viveram antes de nós.
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