Dia 2 - A oração alivia o coração

"Foi só através d'Ele que encontrei alívio do meu fardo." Esta fala do personagem Cristão, do livro “O peregrino”, de John Bunyan, resume bem o que trataremos hoje.

Poucas coisas na caminhada cristã são tão satisfatórias quanto orar de joelhos. Você já teve essa experiência? É como chegar diante de Deus cambaleando, sem forças, carregando dois sacos de areia nos ombros, e deixá-los caírem esparramados aos pés do Mestre (que, nem por um segundo, se esquiva de receber-nos em Sua santa presença, ainda que estejamos sujos de pó). Depois de alguns minutos ali, prostradas, o fôlego vai sendo recuperado, o coração desacelera, os ombros relaxam e as forças se renovam. Então, você apoia os braços para se levantar e, como num milagre, suas pernas estão mais leves. O fardo mudou de lugar, está sob os braços de quem é realmente capaz de carregar o peso e transformá-lo em glória.

A oração é um presente de Deus. Mas, não é daquele tipo de presente que você guarda na prateleira da sala para apreciar a beleza e impressionar as visitas. É um presente para ser usado toda hora, em qualquer lugar, sem medo de estragar. Quanto mais você usar, mais precioso ele fica. Deus quer te ouvir. E mais… Ele tem prazer em te ouvir. Ah, quanta bondade vinda deste Pai!

Gosto muito de uma música composta pelo pastor Josué Rodrigues, que diz: “Não tenhas sobre ti um só cuidado, qualquer que seja. Pois um, somente um, seria muito para ti. É meu, somente meu, todo o trabalho. E o teu trabalho é descansar em mim”. Este é o nosso Cristo, dizendo: “Eis aqui meus braços. Pode passar pra cá o peso de carregar o seu mundo nas costas. Eu aguento, e eu sei exatamente o que fazer com isso.”

A ansiedade pode ter inúmeras causas. Desde o atraso do ônibus que irá acarretar em minutos de atraso no trabalho, até o resultado de um importante exame que revelará se o problema de saúde é grave ou não. Porém, algumas fases da vida acabam sendo tão inundadas de problemas e incertezas que mal sabemos definir qual é a causa principal e quais são as causas menores. Perdemos a noção, o controle e, por fim, a esperança.

Daí, a importância de pararmos, silenciarmos as inúmeras vozes da ansiedade, e ouvirmos o que o próprio Cristo diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28 a 30)

A Bíblia permite, e inclusive nos encoraja, a usarmos a oração como válvula de escape. Independente do nível de ansiedade pulsando em sua alma, corra para a cruz. Desde orações curtas e desesperadas a conversas longas, regadas de lágrimas. É neste lugar que precisamos estar, a fim de receber alívio e descanso. Cristo troca o peso da nossa vida com Sua leveza. A qualquer momento, e em qualquer circunstância.

Uma amiga me ensinou um exercício muito prático e simples que pode auxiliar em momentos de tensão e crise de ansiedade. Faça assim: com as mãos bem fechadas e apertadas, diga “eu não posso”. Abra as mãos, com as palmas viradas para o céu, e diga “Cristo pode”. Feche novamente, e diga “eu não sei”, e abra dizendo “Cristo sabe”. Feche novamente, e diga “eu não sou”, e abra dizendo “Cristo é”.

É uma espécie de oração e uma firme declaração para nossa alma a respeito da base de nossa fé. Fazendo isso, usamos a razão (firmada na fé em Cristo) para combater emoções e pensamentos conflitantes que podem chegar de forma avassaladora. Eu não posso resolver meus problemas, mas Cristo pode. Eu não sei como sair dessa situação, mas Cristo sabe. Eu não sou o centro do mundo, Cristo é. Se puder, ore de joelhos e faça o exercício com as mãos em relação ao grande problema que está lhe causando ansiedade.Vamos colocar nossa fé em prática!

Este, então, será o desafio para o dia de hoje. Se puder, ore de joelhos e faça o exercício.

E não esqueça: “É meu, somente meu, todo o trabalho. E o teu trabalho é descansar em mim."