Dia 6 - O cuidado de Deus na criação

Há mais de 5 anos, vivenciei uma terrível crise de pânico que durou quase um ano inteiro. Ela vinha acompanhada de muita ansiedade, insegurança para desempenhar tarefas básicas e muito medo da morte. Pela Graça de Deus, algumas pessoas enxergaram meu comportamento esquisito e foram como as mãos de Jesus Cristo, me socorrendo do afogamento espiritual e emocional em que eu me encontrava. Fui tratada com aconselhamento bíblico, terapia e muito amor de família e amigos. Mas, Deus também me tratou com Sua criação.

Foi no meu vale da sombra da morte que a natureza pura e simples começou a devolver-me o brilho dos olhos. E faz todo o sentido, já que a natureza não pecou e, portanto, segue vivendo de forma fiel aos moldes do Criador. É inspirador pensar que as árvores vivem fazendo exatamente aquilo para o qual foram criadas. Os pássaros não reclamam por não poderem mergulhar em profundezas, pois estão satisfeitos com suas asas que os permitem voar. A natureza sente os impactos do pecado, especialmente pelas obras terríveis das mãos humanas, mas, em sua essência, permanece adorando ao Criador de forma perfeita.

Desde então, quando vou à praia só consigo pensar: as ondas atendem ao Seu mandar, meu Mestre. Faz-me obediente como elas! Quando estou na casa de meus pais no interior de São Paulo, fico maravilhada ao ver os passarinhos vivendo um dia de cada vez, caçando uma minhoquinha de cada vez, sem se preocupar em encher o ninho de comida, pois o Criador prometeu o alimento de cada dia.

A criação vibra em adoração ao Senhor. Ela não vive ansiosa como nós, pois vive o cuidado de Deus no presente. Leia comigo as palavras amáveis de nosso Cristo:

“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta.

Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?

Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6: 26 a 33)

O cuidado de Deus por nós é um compromisso que Ele mesmo estabeleceu e essa deve ser a nossa maior segurança neste mundo. Ele não nos deixou à deriva. Descansemos nessa certeza!

Quando Jesus Cristo disse que se os nossos olhos fossem bons, todo o nosso corpo seria luminoso (Mateus 6:22), imagino que Ele estava se referindo à forma como enxergamos o nosso mundo pessoal. Se olhamos apenas para os problemas, não enxergamos a graça. Mas, se olharmos o mundo como o lugar onde a graça de Deus está presente em cada mínimo detalhe, os problemas se tornam apenas uma parte ruim de algo muito bom.

Experimente mudar sua perspectiva, partindo do ponto de vista da criação de Deus. Há algo pior do que estar fora da presença dele? Há algo mais amedrontador do que acordar sem a promessa de que as necessidades serão, uma a uma, supridas? Pois bem, não é essa nossa realidade e não é isto que a criação nos mostra. Então, desfrute dessa graça comum, disponível até para os que ainda não creram, e você se perceberá avançando muitos passos nessa jornada inesperada.

A criação aponta para o cuidado de Deus. Agora é nossa vez: de qual ponto de vista enxergaremos nossa vida?