Dia 9 - A jornada do Salmo 23 - parte 2

Alguns estudiosos acreditam que a imagem do pastor e das ovelhas ainda está presente neste trecho do Salmo 23, especialmente na ilustração da cabeça ungida com óleo. As ovelhas são muito atacadas por moscas varejeiras, que colocam seus ovos no couro das ovelhas e, dentro de vinte e quatro horas, as larvas penetram na pele e se multiplicam. A ovelha é contaminada, e os resultados podem ir de irritação, a doenças e até mesmo à morte. Essas próprias moscas e outros insetos se alimentam do cérebro da ovelha, causando dor de cabeça intensa, a ponto da pobrezinha correr em direção a rochas duras, batendo a cabeça para aliviar a dor.

Felizmente, há um tratamento para isso. O pastor prepara um unguento apropriado, uma mistura de azeite, para derramar na cabeça e no lombo do animal, esfregando em sua lã e especialmente em torno do nariz, olhos e ouvidos, impedindo que as moscas depositem seus ovos ali.

Deus é este amoroso pastor que nos unge com proteção (especialmente nossa mente). Ele sabe que muitas “moscas” irão tentar depositar venenos em nossos pensamentos, a fim de deturpar nossa fé, nossos valores e convicções. Me arrepio em pensar como estamos expostas ao mal, e como nosso pastor parte em nossa defesa!

Esta cena da ovelha se machucando para aliviar a dor ilustra perfeitamente o que a ansiedade é capaz de fazer conosco. Mas, não precisamos permanecer em sofrimento.

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.”(João 10:11) Sim, Cristo fez isso, de forma literal, sacrificial e libertadora! Se a cruz manchada de sangue inocente não tem efeito sob nossas dores, o que mais terá?

Seguindo no Salmo, o cenário começa a mudar: estamos agora na “casa” do Senhor, onde o justo é convidado de Deus para uma “refeição” na presença de seus inimigos. No Oriente Próximo e Médio, um homem que fosse caçado por seus inimigos precisava apenas entrar ou ao menos tocar na tenda daquele com quem buscasse refúgio para estar seguro e desfrutar da sua graciosa hospitalidade. Seus inimigos tinham de olhar de fora da entrada para dentro, mas nada podiam fazer. Uma mesa esplendorosa era então servida, digna de um monarca. O hospedeiro divino ultrapassava os requisitos básicos da hospitalidade. A refeição assumia proporções de um banquete, quando unguentos de aroma suave eram derramados sobre a cabeça do convidado e não havia falta de coisa alguma. O ato de ungir fazia parte da hospitalidade oriental. Seu sentido era refrigerar e refrescar, como a provisão de um gracioso hospedeiro que não poupava o azeite caríssimo.

Trazendo para nossa aplicação, somos como este homem perseguido que se refugiou sob a proteção de um Rei muito amoroso, compassivo e gracioso. Cristo é fonte inesgotável de esperança, paz, consolo, alegria, amor e liberdade. Ele é quem faz nossa vida ser abundante, mesmo quando a vida “do lado de fora” está imersa em caos.

Ainda há algo a mais no Salmo 23 para aprendermos sobre nosso maravilhoso Senhor. Mas, por hoje, como você responderá a esse convite atrativo de estar protegida e ser cuidada e amparada pelo bom pastor?